O horizonte do poder pastoral e o lugar da mística na genealogia do sujeito do desejo em Michel Foucault

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DOI :

https://doi.org/10.55702/3m.v28i55.61888

Mots-clés :

Poder pastoral, mística, subjetividade.

Résumé

Este artigo visa pensar a obra O espelho das almas simples, da beguina Marguerite Porete, à luz da genealogia do sujeito de desejo pensada por Michel Foucault. Nos termos do filósofo, visamos enquadrar a teologia apofática da autora, apresentada em seu diálogo, como uma contraconduta, isto é, uma recusa ao poder pastoral constituído em nome de uma prática de liberdade, a reivindicação de ser conduzido de outra forma, por outros mestres e para outros fins. Analisamos o sentido da metáfora do espelho na obra enquanto um substituto ao modelo cristão medieval do pastorado na forma de uma direção espiritual livre e vazia de conteúdo doutrinal positivo.

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Bibliographies de l'auteur

Letícia Tury Guimarães Nascimento, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestre em Ética e Filosofia Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Os temas de interesse versam sobre Confissão, Testemunho, Mística e Identidade. O atual tema de pesquisa tem como autores centrais Michel Foucault e Marguerite Porete, visando compreender as possíveis leituras acerca da subjetividade.

Lucas Bento Pugliesi, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor Substituto de Literatura Brasileira na UFRJ (2024-). Pós-doutorando em Ciência da Literatura pela UFRJ (2024-) com pesquisa sobre livros, leitores e leituras do romance bizantino do século XVII. Tem interesse nas áreas de Ficção dos séculos XVI e XVII; Literatura e ética; Pós-estruturalismo; História do livro e da leitura.

Références

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Publiée

2024-06-05