Desejo e prudência em Spinoza e Deleuze: pistas para uma psicologia spinozista

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DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v16i2.56668

Palavras-chave:

desejo, prudência, Spinoza, Deleuze, psicologia spinozista

Resumo

A influência de Spinoza na filosofia de Deleuze é assumida em diversas ocasiões. Deleuze chega a dizer que toda a sua filosofia tendia a uma grande identidade Spinoza-Nietzsche. Nossa hipótese é que, num esforço coletivo para se pensar o que seria uma psicologia spinozista, Deleuze se apresenta como um valioso intercessor, sobretudo no modo como recupera o desejo e a prudência da Ética de Spinoza, introduzindo esses conceitos no campo de sua ética da experimentação. Trata-se de um roubo, visto que Deleuze se considera, como Bob Dylan, um ladrão de pensamentos. E de uma reorientação vertiginosa, uma vez que seu sistema filosófico lida com outras coordenadas. Ainda assim, a perspectiva deleuziana torna perceptíveis e sensíveis pressupostos próprios ao pensamento de Spinoza. E, além disso, cria com ele, e na companhia de Guattari, uma nova consistência para o desejo, que se vale igualmente de elementos oriundos de outros pensadores.

Biografia do Autor

Mariana de Toledo Barbosa, UFF

Graduada em Psicologia (UFRJ), Mestre em Teoria Psicanalítica (UFRJ), Doutora em Filosofia (UFRJ/Paris X), Pós-doutora em Teoria Psicanalítica (UFRJ) e em Filosofia (UFF), Professora de Filosofia do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e do Departamento de Filosofia (UFF). Coordenadora do Grupo de pesquisa "Deleuze: filosofia prática".

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Publicado

2023-09-04