Tosquelles e Guattari

Da Práxis ao Conceito

Autores

  • Rodrigo Guéron Instituto de Artes - UERJ

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v17i3.66421

Resumo

Este artigo pretende examinar como alguns conceitos operados por Francesc Tosquelles e Félix Guattari surgem a partir das práxis desses autores, inicialmente em instituições de saúde mental. A investigação chega em Tosquelles a partir de Guattari para mostrar como este último herda do seu colega catalão a práxis, o conceito e a concepção de psicoterapia institucional, ou de análise institucional. Esse conceito aparece no âmbito da crítica ao hospital psiquiátrico identificado como uma instituição legitimadora do capitalismo e corresponsável pelos sofrimentos psíquicos que, no diagnóstico de Tosquelles, seriam causados por essa forma de organização social da produção. O mais importante, no entanto, será a forma como Félix Guattari propõe que a análise institucional seja levada para diversas instituições e não apenas as de saúde mental. Será nesse contexto que aparecerão as práticas e os conceitos de transversalidade e de molecular, num percurso onde autores como Karl Marx, Franz Kafka, Franz Fanon e Gilles Deleuze são evocados nessa operação, na qual a práxis e a criação de conceitos acontecem no enfrentamento dos sofrimentos psíquicos e de patologias produzidas no coração da máquina social capitalista, e como uma característica desta.  

Biografia do Autor

Rodrigo Guéron, Instituto de Artes - UERJ

Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no Instituto de Artes, chefe do departamento de Linguagens Artísticas e coordenador adjunto do Programa de Pós Graduação do referido Instituto; doutor em Filosofia também pela UERJ (2004), linha de pesquisa Estética e Filosofia da Arte, com tese sobre Cinema e Filosofia; mestrado e graduação em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com dissertação sobre Nietzsche e a História; membro do grupo de pesquisa do CNPQ Pensamento e Experiência e do grupo de trabalho na Anpof sobre "Pensamento Contemporâneo. Autor do livro"Da Imagem ao Clichê, do Clichê a Imagem. Deleuze, Cinema e Pensamento, pela editora Nau, com apoio da Faperj. Rodrigo Guéron tem artigos sobre Filosofia e Arte, Filosofia e Cinema, Filosofia e Política, Arte e Política, Filosofia, Arte, Cinema e Política; e tem também cerca de 17 anos de experiência como Professor Universitário em universidades públicas e privadas, ministrando disciplinas de Filosofia, política, estética, arte e cinema. Além de Filósofo e Professor, Rodrigo Guéron é também diretor e roteirista de cinema e televisão, com destaque para direção de 3 curtas metragens, 750-Cidade de Deus, Clandestinidade e Eu Estou Bem Cada Vez Melhor, com prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Tem ainda uma atuação política e institucional na área de cinema, foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas do Rio de Janeiro (2005), trabalhou como roteirista para a Fundação Roberto Marinho, e é membro dos conselhos editoriais das revistas Global/Brasil e Aisthé.

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Publicado

2024-12-23