Deleuze: da inversão do platonismo às ilusões sobre a diferença

Autores

  • Rodrigo Guéron Instituto de Artes - UERJ

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v14i1.36922

Palavras-chave:

Deleuze, Inversão do Platonismo, Ilusões da Diferença

Resumo

Este texto apresenta o que Gilles Deleuze definiu no Diferença e Repetição como sendo as “quatro ilusões da diferença”, que vêm a ser as quatro formas a partir das quais a diferença, tomada como uma força e uma intensidade, foi esvaziada e sujeitada em uma operação para reduzi-la ao mesmo. Mas antes de especificar cada uma dessas ilusões, tomamos aqui o caminho da “inversão do platonismo” proposta por Nietzsche no modo peculiar que ela é feita por Deleuze, isto é, com a ajuda do próprio Platão. Isso porque, é operando esta inversão que o filósofo francês vai encontrar nas profundezas dos corpos, do mundo sensível tal como o descreveu Platão, a própria diferença nela mesma: a diferença que não se deixa sujeitar a nenhuma identidade. Além disso, ao expor a sua compreensão da inversão do platonismo, Deleuze nos expõe também a sua singular leitura da Teoria das Ideias de Platão, que na história da filosofia teria exercido o papel de uma espécie de grau zero, de operação matriz, de sujeição da diferença à identidade.

Biografia do Autor

Rodrigo Guéron, Instituto de Artes - UERJ

Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no Instituto de Artes, chefe do departamento de Linguagens Artísticas e coordenador adjunto do Programa de Pós Graduação do referido Instituto; doutor em Filosofia também pela UERJ (2004), linha de pesquisa Estética e Filosofia da Arte, com tese sobre Cinema e Filosofia; mestrado e graduação em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com dissertação sobre Nietzsche e a História; membro do grupo de pesquisa do CNPQ Pensamento e Experiência e do grupo de trabalho na Anpof sobre "Pensamento Contemporâneo. Autor do livro"Da Imagem ao Clichê, do Clichê a Imagem. Deleuze, Cinema e Pensamento, pela editora Nau, com apoio da Faperj. Rodrigo Guéron tem artigos sobre Filosofia e Arte, Filosofia e Cinema, Filosofia e Política, Arte e Política, Filosofia, Arte, Cinema e Política; e tem também cerca de 17 anos de experiência como Professor Universitário em universidades públicas e privadas, ministrando disciplinas de Filosofia, política, estética, arte e cinema. Além de Filósofo e Professor, Rodrigo Guéron é também diretor e roteirista de cinema e televisão, com destaque para direção de 3 curtas metragens, 750-Cidade de Deus, Clandestinidade e Eu Estou Bem Cada Vez Melhor, com prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Tem ainda uma atuação política e institucional na área de cinema, foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas do Rio de Janeiro (2005), trabalhou como roteirista para a Fundação Roberto Marinho, e é membro dos conselhos editoriais das revistas Global/Brasil e Aisthé.

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Publicado

2021-05-03