Feminismo minoritário e devir-mulher das mulheres

Authors

  • Letícia Conti Decarli Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v14i2.35992

Keywords:

Devir-mulher, Feminismo, Deleuze, Guattari, Micropolítica

Abstract

Este artigo tem como ponto de partida uma questão que permeia os debates feministas e que diz respeito à universalização do termo mulher e como, na história dos feminismos, isso se mostrou um problema. Pretende-se evidenciar o risco interno aos movimentos políticos de instaurar novos padrões que fixem sujeitos e apaguem suas diferenças. Deste modo, este artigo pretende explorar como a filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari pode se fazer aliada neste contexto, principalmente a partir de seus escritos sobre o tema das minorias. Mobilizando seu conceito de devir-mulher como um fator desestabilizante de um modelo do que é ser mulher, buscou-se tocar no terreno propriamente micropolítico do feminismo. Ao evidenciar o aspecto de sua filosofia que se dispõe a recusar a existência de qualquer modelo como instância de julgamento, a escrita caminha em direção a uma perspectiva minoritária do feminismo, que se furta a um tal modo de funcionamento.

Author Biography

Letícia Conti Decarli, Universidade Federal Fluminense

Graduada em Filosofia (Licenciatura e Bacharel) pela Universidade Federal Fluminense e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFF. Pesquisadora na linha de Ética e Filosofia política.

References

BRÉHIER, Émile. História da filosofia: tomo primeiro. Tradução de Eduardo Sucupira Filho – São Paulo: Editora Mestre Jou, 1977.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CARRILO, Jesús. Entrevista com Beatriz Preciado: por Jesús Carillo. Revista Poiésis, n. 15, p. 47-71, Jul. de 2010.

CHAUÍ, Marilena. “Intensivo e Extensivo na Ética de Espinosa: A Interpretação dos Modos Finitos por Deleuze” In: FORNAZARI, S. K. (coord.). Deleuze Hoje. 1. Ed. São Paulo: Editora Fap-Unifesp, 2014, pp. 21-39 .

_________. A nervura do real: imanência e liberdade em Espinosa, volume II: Liberdade. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

DAVIS, Angela. A liberdade é uma luta constante. Frank Barat (org.); tradução Heci Regina Candiani. – 1ª ed. – São Paulo: Boitempo, 2018.

_________. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. – 1ª ed. – São Paulo: Boitempo, 2016.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Tradução Luis Orlandi, Roberto Machado. – 1ª ed. – Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

____________. Espinosa: filosofia prática. Tradução de Daniel Lins e Fabien Pascal Lins. – São Paulo: Escuta, 2002.

____________. Lógica do Sentido. Tradução Luiz Roberto Salinas Fortes – São Paulo: Perspectiva, 2015.

____________. Sobre o teatro: Um manifesto de menos; O esgotado. Tradução Fátima Saadi, Ovídio Abreu, Roberto Machado – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2010.

DELEUZE, Gilles.; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. – São Paulo: Editora 34, 2011a. (2ª Edição).

_____________. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 2. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Editora 34, 2011b (2ª Edição).

_____________. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. – São Paulo: Editora 34, 2012a (2ª Edição).

_____________. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 4. Tradução de Suely Rolnik. – São Paulo: Editora 34, 2012b (2ª Edição).

_____________. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 5. Tradução de Peter Pál Pelbart e Janice Caiafa. – São Paulo: Editora 34, 2012c (2ª Edição).

DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. – São Paulo: Editora Escuta, 1998.

ESPINOSA, Benedito. Correspondência. 4ª Edição. São Paulo: Nova Cultural, 1989. (Coleção Os Pensadores).

__________________. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. – 2. ed., 5. reimp. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

GUATTARI, Félix. Revolução molecular: pulsações políticas do desejo. Seleção prefácio e tradução: Suely Belinha Rolnik. São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1981.

GUATTARI, Félix.; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo.– 12. ed. – Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2013.

KARAWEJCZYK, Mônica. “As suffragettes e a luta pelo voto feminino”. História, imagens e narrativas, nº 17, p. 1-24, outubro/2013.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. MACHADO, Roberto. Deleuze, a arte e a filosofia. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.

LUGONES, María. Colonialidad y género. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, No.9: 73-101, julio-diciembre 2008. ISSN 1794-2489.

MOZÈRE, Liane. Devenir-femme chez Deleuze et Guattari : quelques éléments de présentation . Cahiers du Genre, 2005/1 (n° 38), p. 43-62. DOI : 10.3917/cdge.038.0043. URL: https://www.cairn.info/revue-cahiers-du-genre-2005-1-page-43.htm

PRECIADO, Paul Beatriz. Testo Junkie: sexo, drogas e biopolítica na era parmacopornográfica. Tradução Maria Paula Gurgel Ribeiro. n-1 edições, 2018.

SIBERTIN-BLANC, Guillaume. “Deleuze et les minorités : quelle « politique » ?” , Cités, vol. 40, no. 4, 2009, pp. 39-57. URL : http://www.cairn.info/revue-cites-2009- 4-page-39.htm

__________________________. Politique et clinique : recherche sur la philosophie pratique de Gilles Deleuze. 984 p. Thèse (Doctorat en Philosophie). – UMR 8163 « Savoirs, textes, langage », Université Charles de Gaulle Lille 3, Lille 2006.

SILVA, Cíntia Vieira. (2010). “Da física do intensivo a uma estética do intensivo: Deleuze e a essência singular em Espinosa”. Cadernos Espinosanos, (22), 37-53. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2010.89385

ZOURABICHVILI. François. Vocabulário de Deleuze. Tradução de André Telles – Rio de Janeiro: Relume Duramá: Sinergia: Ediouro, 2009.

Published

2021-09-17