NIETZSCHE: ANTIMODERNO, PÓS-MODERNO, MODERNO

Auteurs

  • Victor Gonçalves Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.

DOI :

https://doi.org/10.59488/tragica.v6i2.26677

Mots-clés :

espírito livre, modernidade, pós-modernidade

Résumé

Mais diagnosticador do que profeta, Friedrich Nietzsche avaliou alguns dos múltiplos sentidos do homem e do mundo. Começou por ser antimoderno, crítico irredutível da tradição racionalista e do otimismo moral que lhe está intrinsecamente ligado, em Die Geburt der Tragödie. Alguns anos depois, comMenschliches, Allzumenschliches, recuperou a cauda do cometa do seu tempo, exercendo um pensamento próximo do paradigma mecânico-positivista, e reprovou os filtros românticos que antes fizeram dele o filósofo do esteticismo wagneriano e da metafísica schopenhaueriana. Die fröhliche Wissenschaft e Also sprach Zarathustra pontuaram os limites da harmonia pré-estabelecida entre a razão humana e a pretensa estrutura lógica do mundo. Zur Genealogie der Moral afastou a ideia dos fundamentos originários, elabo rando uma espécie de crítica da contaminação. Mas, ainda que em filigrana, Jenseits von Gut und Böse e as obras de 1888 recuperaram, na figura neófita do Freigeist, novas decisões de sentido e de ordenação, sui generis, do mundo. Propomo-nos, pois, indicar as flutuações no percurso do pensamento nietzscheano acerca da modernidade, que nos seus traços mais visíveis o mostra como um viandante entre a abjuração da modernidade, um dos fundadores, malgré lui, da pós-modernidade e, finalmente, secreto lançador de uma outra modernidade, ainda não edificada, diga-se.

Biographie de l'auteur

Victor Gonçalves, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.

Doutorando em Filosofia Contemporânea pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.

Téléchargements

Publiée

2019-07-16