Do phármakon: Helena, de Eurípides, e a ambivalência trágica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v16i31.53877

Palavras-chave:

Tragédia, Eurípides, phármakon, ambivalência.

Resumo

Pretende-se analisar a tragédia Helena, de Eurípides, tendo como princípio – como início e como guia da leitura – o phármakon. Aspectos da relação entre Helena e sua imagem, ou seu nome, assim como aqueles vinculados à relação entre gregos e bárbaros, serão analisados tendo em mente o episódio odisseico no qual Helena utiliza-se de poderes farmacológicos, poderes estes que atravessam tanto as substâncias, quanto a própria Helena, e estão atrelados a um aspecto específico da tragédia: a ambivalência. Por fim, trata-se de uma análise interessada em recolher ferramentas teóricas da Antiguidade que permitam o questionamento, e o enfraquecimento, de uma perspectiva vigente, aquela da “guerra às drogas”.

Biografia do Autor

Erick Araujo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Metafísica, Universidade de Brasília (UnB). Bolsista FAPDF.

Doutor em Bioética (UFF), doutorando em Metafísica (UnB). Bolsista FAPDF.

Beatriz de Paoli, Professora Adjunta Faculdade de Letras - Departamento de Letras Clássicas Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora de Língua e Literatura Grega

Faculdade de Letras - Departamento de Letras Clássicas
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Gabriele Cornelli, Professor Associado IV Programa de Pós-graduação em Metafísica, Universidade de Brasília

Professor de Filosofia Antiga do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília. Professor do Programa de Pós-graduação em Metafísica (UnB).

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Publicado

2023-06-11