A afecção do desejo nos filósofos pré-socráticos: Pitagóricos e Demócrito

Autori

  • Miriam Campolina Diniz Peixoto

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v3i5.16965

Parole chiave:

desejo. prazer. Pré-socráticos. Pitagóricos. Demócrito.

Abstract

Resumo:

Diferentemente do que sugere a fraca presença dos filósofos Pré-Socráticos nos estudos de conjunto concernentes ao problema das afecções, o tema ocupa uma parte significativa dos testemunhos e fragmentos reunidos por H. Diels e outros editores. Encontramos ali os traços de uma ainda tímida fisiologia das afecções, mais particularmente do prazer e do desejo, assim como uma tipologia desses últimos que reconhece, ao mesmo tempo, seu caráter necessário na economia da natureza humana e os prejuízos aos quais dão origem quando alguém se entrega a eles sem discernimento. Que lugar ocupam as afecções na vida dos homens? é possível exercer algum tipo de gestão das afecções? Nos Pitagóricos, assim como em Demócrito encontramos ricas reflexões sobre o tema. Encontramos diferentes gêneros de respostas a estas questões e principalmente no que se refere ao estatuto do prazer e do desejo. Que dizer de uma proposição como aquela de Jamblico segundo a qual « o desejo é, de todas as afecções humanas, aquela que tem, por assim dizer, a maior propensão a não conhecer interrupção e a progredir ao infinito »? (Vida Pitagorica, 206). Seria ainda possível uma avaliação positiva do prazer e do desejo? Propomo-nos, no quadro deste artigo, a considerar algumas das teses que se depreendem do exame das duas tradições acima mencionadas.

Palavras-chave: desejo. prazer. Pré-socráticos. Pitagóricos. Demócrito.

Résumé:

Différemment de ce que suggère la faible présence des philosophes Présocratiques dans les études d'ensemble concernant le problème des affections, le sujet occupe une partie significative des témoignages et fragments réunis par H. Diels et autres éditeurs. Nous y trouvons les esquisses d'une encore timide physiologie des affections, plus particulièrement du plaisir et du désir, ainsi qu'une typologie de ces derniers qui reconnaît, à la fois, leur caractère nécessaire dans l'économie de la nature humaine et les préjudices dont ils sont origine lorsqu'on se livre à eux sans discernement. Quelle place occupent les affections dans la vie des hommes ? Est-il possible exercer quelque sorte de gestion sur les affections? Chez les Pythagoriciens, ainsi comme chez Démocrite on a affaire à des riches réflexions sur le sujet. Nous y trouvons différents genres de réponses à ces questions et notamment en ce qui concerne le statut du plaisir et du désir. Que dire d'une proposition comme celle de Jamblique selon qui « le désir est, de toutes les affections humaines, celle qui a, pour ainsi dire, la plus grande propension à ne pas connaître interruption et à progresser à l'infini » ? (Vie Pythagoricienne, 206). Serait-il encore possible une évaluation positive du désir ? Nous proposons dans le cadre de cet article à considérer certaines des thèses qui se dégagent de l'examen des témoignages des deux traditions cidessus mentionnées.

Mots-clefs: désir. plaisir. Présocratiques. Pythagoriciens. Démocrite.

Pubblicato

2018-04-17

Fascicolo

Sezione

Artigos