Por gramáticas monstruosas
desacordos mais-que-profundos e formas-de-vida
Resumo
Proponho uma interlocução entre as filosofias de Derrida e Wittgenstein a partir do conceito de desacordos profundos (Fogelin, 1985). Estudo desacordos que exprimem a dicotomia humanidade/monstruosidade, observando que a epistemologia dos desacordos, até o momento, se concentrou em localizá-los e separá-los (Lavorerio, 2021), e que esse movimento se alinha aos esforços de secar o conhecimento (Haddock-Lobo, 2007). Ao contrário do animal, privado da palavra, as monstruosidades se encontram nos limites da linguagem humana, estando sujeitas a injustiças epistêmicas (Fricker, 2007) e silenciamentos linguísticos (Saul e Díaz-León, 2018). Se, como argumenta Fogelin, desacordos profundos derivam de choques entre formas de vida, proponho que pensemos em desacordos mais-que-profundos, derivados de conflitos entre formas de vida humanas e formas-de-vida monstruosas (Tiqqun, 2019; Trächtler, 2023), e que fornecem o solo sobre o qual desacordos profundos ocorrem.
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