Corp’oralidade, a travessa linguagem depois da travessia: interfaces entre a Filosofia da Linguagem e a Linguística

Autores/as

  • Luis Augusto Ferreira Saraiva Universidade de Brasília
  • Ana Carolina de Sousa Silva UnB - Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.59488/itaca.v0i36.31984

Palabras clave:

Filosofia, Linguística, Corp’oralidade, Travessia.

Resumen

Este trabalho, inserido nas áreas da Filosofia da Linguagem e na Linguística, foi desenvolvido a partir de discussões ocorridas no II Novembro Negro idealizado pelo Núcleo de Estudos de Filosofia Africana Exú do Absurdo (UnB). Temos como objetivo trazer uma reflexão sobre o conceito, em desenvolvimento, do termo corp’oralidade. Compreendemos que as ações coercitivas do colonialista romperam com saberes, história, língua e memória no momento em que impuseram um código linguístico. No entanto, apoiados em teorias contra hegemônicas, acreditamos que o glotocídio não foi capaz de exterminar por completo os saberes de povos africanos na diáspora.

Biografía del autor/a

Luis Augusto Ferreira Saraiva, Universidade de Brasília

Doutorando em Bioética pela Universidade de Brasília - UnB. Mestre em Metafísica pela Universidade de Brasília - UnB. Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana pela Universidade Federal de Goiás - UFG. Especialista em Relações étnico-raciais, gênero e diferenças no contexto do ensino de História e Cultura brasileiras pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS. Graduado em História Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Graduado em Filosofia Licenciatura pela Faculdade Santa Fé - GSF. Bacharelando em Letras Francês/ Tradução pela Universidade de Brasília ? UnB. Ator, Diretor de Teatro, dramaturgo e Músico - Percussionista registrado pela SATED-MA (Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversos do Maranhão). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Música (instrumentos populares de percussão e percussão orquestral) e Artes Cênicas (teatro, teatro de bonecos, dança contemporânea e danças populares). Em História atua nos seguintes temas: Teoria da História, História da África e Afro-brasileira. Na área de Filosofia é pesquisador em Filosofias Africanas, Filosofia Afro-brasileira, Pensadores Negros, Pós-Colonialismo, Decolonialidade, e Filosofia da História. Investiga elementos da Cultura e Religiosidade Popular no Maranhão como: Tambor-de-mina, Terecô e Bumba-boi. Atualmente pesquisa sobre Bioética de intervenção, Saúde da População Negra e diálogos abertos entre literaturas africanas de língua francesa e filosofias

Ana Carolina de Sousa Silva, UnB - Universidade de Brasília

Graduada em Letras Português do Brasil como segunda Língua (UnB) e mestranda em Linguística (UnB). Atuou como educadora na rede privada de ensino por 11 anos. Trabalhou no ensino de Português para Ensino Fundamental II com o propósito de pensar em estratégias metodológicas que considerassem a representatividade de alunos de periferia. A partir dessa experiência, tem pesquisas focadas no estudo linguístico sobre terminologia, políticas linguísticas, arte, ideologia e negritude. Ademais, é ativista e desenvolve trabalhos artísticos com temáticas anti-racistas; esses trabalhos são apresentados em redes de ensino pública do Distrito Federal como forma de disseminar a consciência a partir da arte e cultura.

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Publicado

2020-06-18