Os grandes debates dos anos 1920: notas sobre o feminino, em psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i3p.23-38Resumen
Este trabalho tem como foco a emergência de uma geração de psicanalistas mulheres, nos anos 1920, cuja autoria foi reconhecida e que encontrou um lugar na história do movimento psicanalítico. A partir de um breve contraste com a geração de psicanalistas mulheres dos anos 1910, o artigo interroga: o que tornou possível às analistas dos anos 1920 ocuparem um novo lugar? Nesse sentido, realçamos dois processos: o avanço das lutas feministas, encarnadas no movimento sufragista, e a abertura de um tempo em que as controvérsias, no movimento psicanalítico, não implicam, necessariamente, rupturas. A partir do Congresso de Berlim, em 1922, três temas dominaram os debates: a formalização da prática clínica, a análise de crianças e a sexualidade feminina. Nossa hipótese é de que o problema do feminino perpassa esses três temas como efeito de uma marca instaurada pela geração de 1910, que a de 1920 ativa, retrospectivamente.
Citas
Abraham, K. (1994). Manifestaciones del complejo de castración femenino. In K. Abraham, Psicoanálisis clínico (D. R. Wagner, Trad., pp. 259-283). Buenos Aires:
Hormé. (Trabalho original publicado em 1920).
Abreu, Z. (2002). Luta das mulheres pelo direito de voto: Movimentos sufragistas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Arquipélago, 6, 443-469.
Annas, J. (1977). Mill and the subjection of women. Philosophy, 52(200), 179-194.
Cromberg, R. (2010). Primeiras psicanalistas. Percurso, 23(45), 35-36.
Freud, S. (1996). Linhas de progresso na terapia analítica. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 17, pp. 171-183). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1919).
Freud, S. (1996). Além do princípio do prazer. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 18, pp. 13-77). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho
original publicado em 1920).
Freud, S. (1996). A questão da análise leiga. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 20, pp. 175-249). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1926).
Freud, S. (1996). Sexualidade feminina. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 21, pp. 231-254). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1931).
Freud, S. (1996a). Feminilidade. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 22, pp. 113-134). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original
publicado em 1933).
Freud, S. (1996b). Explicações, aplicações e orientações. In S. Freud, Obras psicológicas completas (J. Salomão, Trad., vol. 22, pp. 135-154). Rio de Janeiro:
Imago. (Trabalho original publicado em 1933).
Foucault, M. (2015). História da sexualidade I: A vontade de saber (3a. ed., M. T. Albuquerque, Trad.). São Paulo: Paz e Terra. (Trabalho original publicado em 1976).
Gay, P. (1988). Freud: Uma vida para nosso tempo (D. Bottmann, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras.
Horney, K. (1991). A gênese do complexo de castração nas mulheres. In K. Horney, Psicologia feminina (T. Rodrigues, Trad., pp. 35-50). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. (Trabalho original publicado em 1923).
Hobsbawm, E. (2015). A era dos impérios: 1875-1914 (Y. S. Toledo, Trad.). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Jones, E. (1996). The early development of female sexuality. In H. Ruitenbeek (Org.), Psychoanalysis and female sexuality. New Haven: College and University.
(Trabalho original publicado em 1927).
Karawejczyk, M. (2013). As filhas de Eva querem votar: Dos primórdios da questão à conquista do sufrágio feminino no Brasil (1850-1932) (Tese de Doutorado). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Numberg, H. & Federn, E. (2015). Os primeiros psicanalistas: Atas da sociedade psicanalítica de Viena 1906-1908 (M. Marino, Trad.). São Paulo: Scriptorium.
Pankhurst, E. (1931). The suffragette movement: An intimate account of persons and ideals. Londres: Longmans.
Rodrigué, E. (1995). Sigmund Freud: O século da psicanálise. São Paulo: Escuta.
Roudinesco, E., & Plon, M. (1998). Dicionário de psicanálise (V. Ribeiro, & L. Magalhães. Trad.). Rio de Janeiro: Zahar.
Roudinesco, E. (1986). A história da psicanálise na França: A batalha dos cem anos (V. Ribeiro, Trad., Vol. 1). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Roudinesco, E. (2009). As primeiras mulheres psicanalistas. In E. Roudinesco, Em defesa da psicanálise (A. Telles, Trad., pp. 86-97). Rio de Janeiro: Zahar.
Roudinesco, E. (2014). Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo (A. Telles, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Scott, J. (1990). Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 15(2), 1-29.
Scott, J. (2005). O enigma da igualdade. Estudos Feministas, 13(1), 11-30. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2005000100002
Varikas, E. (2003). Naturalização da dominação e poder legítimo na teoria política clássica. Estudos Feministas, 11(1), 171-193. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2003000100010
Publicado
Número
Sección
Licencia
La aprobación de los textos implica a cesión inmediata y sin encargos de los derechos de publicación en la Revista Arquivos Brasileiros de Psicologia, que tendrá la exclusividad de publicarlos por primera. El autor continuará, no obstante, a detener los derechos autorales para publicaciones posteriores. En el caso de nueva publicación de los artículos en otros vehículos, se recomienda la mención a la primera publicación en Arquivos Brasileros de Psicologia.
Derechos Autorales para artículos publicados en esta revista son del autor, con derechos a primera publicación en la revista. En virtud de parecer en esta revista de acceso público, los artículos son de acceso gratuito, en aplicaciones educacionales y no comerciales.
Reprodución parcial de otras publicaciones
Manuscritos sometidos que contengan partes de texto extraídas de otras publicaciones deberán obedecer a los límites especificados para garantizar originalidad del trabajo sometido. Se recomienda evitar la reproducción de figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones.
El manuscrito que contener reproducción de una o más figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones sólo será encaminada para análisis si acompañado de permiso escrita del detentor del derecho autoral del trabajo original para la reproducción especificada en Arquivos Brasileros de Psicologia. El permiso debe ser direccionado al autor del trabajo sometido. En ninguna circunstancia Arquivos Brasileros de Psicologia y los autores de los trabajos publicados en esta Revista harán un repaso de los derechos obtenidos.