As origens do romance-folhetim: do espaço textual ao recorte de uma obra de ficção
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2031736Abstract
Este artigo explora as mudanças ocorridas na literatura francesa no século XIX a partir da criação do folhetim enquanto espaço textual dedicado à crítica, situado no rodapé dos jornais, até a criação de um novo gênero literário: o romance-folhetim. Este novo modo de conceber a ficção, ritmado pela publicação cotidiana dos jornais, contribuiu para a expansão do público leitor e do mercado editorial, promovendo, assim, a popularização da literatura. Por outro lado, suscitou reações da crítica que, não admitindo a relação entre a literatura e o dinheiro, preferiu desqualificá-la, tachando-a de “literatura industrial”. Analisam-se aqui dois exemplos da época que denunciaram esse novo tipo de produção literária: um panfleto e um romance que atacam Alexandre Dumas e Honoré de Balzac. O artigo destaca igualmente que diferentes suportes, ritmos de publicação, formatos e preços são fatores determinantes para a recepção de uma obra.Literaturhinweise
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