A CONDENAÇÃO DE NGUNGA E A APOTEOSE DO MANIQUEÍSMO: UMA INTERPRETAÇÃO DO ELOGIO DA IGNORÂNCIA DE PEPETELA

Autores

  • Pedro Paulo Machado Nascimento Gloria Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2017.v19n1a13078

Resumo

O Elogio da Ignorância, o primeiro dos dois segmentos em forma dramática do romance O Cão e
os caluandas do escritor angolano Pepetela, será interpretado como a não realização e até negação,
por parte da trajetória angolana até então, daquele ideal humanista personifcado no personagem
Ngunga de As Aventuras de Ngunga. Mostraremos, também, o quanto a crítica pepeteliana contida
nesse segmento crucial da obra, algo como que uma miniatura dela mesma, dialoga de maneira
bem próxima com o pensamento do educador brasileiro Paulo Freire na obra Pedagogia do Oprimido, acerca do fracasso dos movimentos libertadores ao buscarem mudar um estado social sem
atentar em remover certos padrões maniqueístas de julgamento herdados da estrutura social anterior. A falta de diálogo, resultante da visão do outro como “coisa” útil a ser manipulada para um fm
maior, também será brevemente abordada a partir da consideração das relações Eu-Tu e Eu-Isso
na obra Eu e Tu de Martin Buber em diálogo com o texto pepeteliano.

Biografia do Autor

Pedro Paulo Machado Nascimento Gloria, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Tem experiência na área de Letras, com especial interesse no campo do estudo de Literaturas em Língua Portuguesa (Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africanas) e de Literatura Comparada.

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Publicado

2017-06-30

Edição

Seção

Artigos de Literatura