Fiama em cena viva

Autores

  • Maria Silva Prado Lessa Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n1a16501

Palavras-chave:

Fiama Hasse Pais Brandão, poesia, teatro, voz, performance.

Resumo

Parece-nos necessário um exercício de aproximação ao aspecto cênico da obra de Fiama Hasse Pais Brandão a partir da manifestação de uma crença no caráter performático da voz poética, traço percebido tanto em produções pertencentes ao universo teatral quanto em seus poemas. Nesta incursão à qual nos lançamos, a relação entre poesia e teatro ou poesia e drama é tomada a partir da leitura da estrutura de uma “recitação poética” incluída no livro de estreia da autora, Em cada pedra um voo imóvel (1958), intitulada “Luar e sal”. Neste primeiro momento de sua escrita, o que vemos é a aposta num “teatro da voz” – como Jorge Fernandes caracterizará a sua poesia em Cenas vivas (2000) –, promovido pelo minimalismo do gesto e pela redução do espaço cênico ao eco das falas dos diversos personagens. Dessa forma, no livro de 1958, a "ceno-grafia" se mostra uma primeira maneira de alçar o poema à qualidade de lugar, como apontará Eduardo Prado Coelho, quando sugere que “Poesia 61” formulará uma “concepção topológica do texto como lugar onde o sentido se produz” (1976, p. 265).

Biografia do Autor

Maria Silva Prado Lessa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Área de concentração: Literatura Portuguesa.

Referências

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Publicado

2018-06-11