Da Bahia à Beira: ‘O último voo do flamingo’ e a canção distante

Adilson Fernando Franzin

Resumo


Em “Águas do meu princípio”, presente em Pensatempos, livro lançado em 2005, o qual reúne textos de opinião de vária ordem, Mia Couto, ao relembrar a própria infância na Beira – sua terra natal e importante cidade portuária de Moçambique –, conduz os leitores através de uma ambiência que flerta, nostalgicamente, com uma atmosfera mítica. Nessas linhas, o escritor moçambicano convoca um importante legado cultural oriundo da Bahia: a célebre canção “É doce morrer no mar”, do cantor e compositor Dorival Caymmi, cujos versos são atribuídos a Jorge Amado e a elementos textuais que permeiam Mar Morto, romance publicado, em 1936, pelo escritor brasileiro mais reverenciado nas literaturas africanas de língua oficial portuguesa. A partir de tais reminiscências e, sobretudo, como exercício de crítica literária, poder-se-á estabelecer relações de contiguidade entre excertos de “Águas do meu princípio” e a estrutura interna que rege o núcleo de maior pulsão poética em O Último Voo do Flamingo, romance de 2000. Para tanto, as reflexões de Antonio Candido, Roland Barthes, Benjamin Abdala Junior, Pierre Bourdieu, entre outros, serão implicadas neste estudo a fim de demonstrarem os elos literários e musicais que ligam Brasil e Moçambique através dos séculos.


Palavras-chave


Literatura Moçambicana; Música Popular Brasileira; Mia Couto; Dorival Caym¬mi; Jorge Amado.

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DOI: https://doi.org/10.35520/diadorim.2019.v21n1a22631

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