A CONSTRUÇÃO INTENSIFICADORA DE GRAU [P(A)RA LÁ DE XADJ] – TRAJETÓRIA, PARADIGMATIZAÇÃO E DEGENERAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2019.v21n2a24963Palavras-chave:
Construção intensificadora de grau, construcionalização gramatical, paradigmatização, degeneração.Resumo
Nosso objetivo é descrever e analisar, em termos de gradualidade e gradiência, a construção intensificadora de grau formada pelas subpartes fixas para, lá e de vinculadas a um adjetivo subsequente e estruturada no esquema [p(a)ra lá de Xadj]ig. Com base na Linguística Funcional Centrada no Uso, nos termos de Traugott e Trousdale (2013), Bybee (2010, 2015) e Hilpert (2014), entre outros, detectamos, na trajetória do português, neoanálises que, sob forma de micropassos de mudança linguística, fizeram emergir e se rotinizar na língua essa nova construção no português brasileiro contemporâneo. Para tanto, levantamos contextos de uso, nos termos de Diewald (2002, 2006), que motivaram a vinculação de sentido e forma das subpartes envolvidas, até a convencionalização simbólica de um novo membro da gramática do português, de uma construcionalização gramatical. Uma vez convencionalizada na língua, a [p(a)ra lá de Xadj]ig passa a integrar o constructicon, como novo constituinte do paradigma das expressões de grau intensificador, na última etapa do cline contextual proposto por Diewald e Smirnova (2012). Nessa inserção, a [p(a)ra lá de Xadj]ig situa-se em posição marginal na classe dos intensificadores de grau, passando a competir pela instanciação no uso linguístico com outras construções de função correspondente, como [muito Xadj] e [Xadj demais], entre outras, em relações horizontais no constructicon, classificadas como degenerativas por Van de Velde (2014), na evidência da variabilidade que marca os usos linguísticos, também ratificada por Bybee (2010, 2015).Referências
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