Palavras recortadas, histórias pintadas — intercâmbio entre o pictórico e o literário em Almada Negreiros

Autores

  • Mariana Pinto dos Santos Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2019.v21n1a26726

Palavras-chave:

Modernidade, visão, intercâmbio, pintura, escrita.

Resumo

É reconhecido por vários autores o carácter visual da escrita do artista português Almada Negreiros (1893-1970), mas as múltiplas derivações e interpretações que daí podem surgir têm ainda muito por explorar. Neste artigo procuro fazer algumas dessas interpretações sobre o intercâmbio entre o pictórico e o literário que ocorre na obra de Almada Negreiros, com ênfase precisamente no intercâmbio, isto é, não notando meramente a criação de imagens visuais literárias — o que tem sido o foco dos estudos literários — mas entendendo que a escrita de Almada deriva de uma concepção de vanguarda e de arte assente no primado da visão e que a sua prática e teoria pictóricas determinam a sua escrita. Por outro lado, abordarei também a revisitação que faz em pintura da sua obra literária. Mais do que um diálogo entre duas artes, o pictórico e o literário em Almada estão profundamente interligados e a obra daqui resultante constitui-se um exemplo da inventividade que resultou da ruptura de fronteiras entre as artes operada pelas vanguardas do início do século.

Biografia do Autor

Mariana Pinto dos Santos, Universidade Nova de Lisboa

PhD, Instituto de História da Arte, NOVA FCSH, Lisboa

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Publicado

2019-08-19