AS MICROCONSTRUÇÕES DE VERBO-SUPORTE COM “DEIXAR” NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2019.v21n2a27582Palavras-chave:
Verbo-suporte, gradualidade, conteudístico-procedural, verbo "deixar".Resumo
Partindo do questionamento de Langacker (2008) sobre onde termina o léxico e onde começa a gramática, o presente trabalho objetiva investigar três microconstruções de verbo-suporte do português brasileiro, instanciadas pelo verbo “deixar”, como [deixar claro], [deixar marcas] e [deixar sombra de dúvida], à luz dos pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2016; TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013). Defendemos a hipótese de que tais microconstruções emergem na língua por meio do processo de analogização ao esquema construcional [SN1+ VTR + OBJ] já consolidado e produtivo no português. Essas microconstruções de verbo-suporte herdam propriedades desse esquema, preservando, em sua base, a relação de transitividade, ou seja, de uma estrutura verbal que estabelece relação entre termos argumentais (argumento sujeito e argumento objeto). Como universo de investigação, utilizamos o Corpus do Português (DAVIS; FERREIRA, 2006, 2016), referente aos séculos XX e XXI. As ocorrências são analisadas mediante o uso de parâmetros de forma e de significado, com vistas a averiguar e a aferir o grau de esquematicidade, analisabilidade, composicionalidade e produtividade das microconstruções em apreço, para, então, podermos comprovar a hipótese de que, embora essas microconstruções sejam todas caracterizadas como verbo-suporte, elas apresentam traços morfossintáticos e semânticos distintos que nos possibilitam alocá-las em diferentes pontos do continuum conteúdo-processo, justamente porque uma é mais procedural do que a outra.Referências
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