Fortalecimento e expansão das línguas indígenas Macuxi e Wapichana em Roraima/Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n1a31714

Palavras-chave:

Macuxi, Wapichana, políticas linguísticas

Resumo

Este trabalho tem como objetivo demonstrar como mudanças socioeconômicas impostas pelo processo de crescimento da região impactaram no modo de vida dos povos indígenas Macuxi e Wapichana, assim como as políticas e ações para o fortalecimento e valorização de suas línguas. A dimensão do fenômeno estudado compõe-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e analítica. A participação e o diálogo com organizações e lideranças indígenas permitiu o acesso a informações locais.  O escopo teórico abrange autores da economia sustentável: Sachs (2008), Sen (1999), Little (2002) e Furtado (1984); das políticas linguísticas: Oliveira (2010, 2015), Damulakis (2017), Lagares (2018) e da história de Roraima. Questões linguísticas influenciam diretamente e contribuem no incremento da economia indígena em Roraima. O texto mostra o status das línguas Macuxi e Wapichana em Roraima e pode ser tomado como sugestão para formulação de ações e políticas linguísticas que propiciem mudanças culturais e melhoria na qualidade de vida da população indígena e consequentemente de todos em Roraima.

Biografia do Autor

Ananda Machado, UFRR

Bolsista PROCAD CAPES- Pós Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Estudos de Literatura- UFF; professora no Programa de Pós Graduação em Letras- UFRR; Professora no curso Gestão Territorial Indígena- Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena- UFRR; Coordenadora da Equipe da Cátedra Políticas para o Multilinguismo na UFRR e do Programa de Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana (PRAE e PRPPG- UFRR).

Sandra Maria Franco Buenafuente, Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Professora Titular do Departamento de Economia - UFRR. Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Título homologado como Licenciada em Economia pelo Ministério da Educação, Cultura e Deporto da Espanha. Suficiência em Pesquisa pela Universitat Autònoma de Barcelona - UAB. Mestrado em História Econômica - UAB. Doutorado em Economia na área Economia Internacional e Desenvolvimento - Universitat de Barcelona - UB. Doutorado em Economia reconhecido pela Universidade de São Paulo - USP, na área de Teoria Econômica. Pós-Doutorado no Centre for the Environment da Universidade de Oxford, Inglaterra. Foi Pesquisadora Visitante Associada do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford-Inglaterra. Diretora do Centro de Ciências Administrativas e Jurídicas da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Membro da Internacional Society of Ecological Economics - ISEE e da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica- ECOECO; Líder do grupo de Pesquisa "Gestão Econômica dos Recursos Naturais e Sustentabilidade na Amazônia". Atua nas áreas de Economia Internacional, Desenvolvimento, Politicas Públicas e Metodologia da Pesquisa, com o foco na exploração de recursos naturais na Amazônia, políticas ambientais, sustentabilidade socioeconômica e ambiental, e economia indígena.

Referências

BAALBAKI, Angela Corrêa Ferreira; ANDRADE, Thiago de Souza. Plurilinguismo em cena: processos de institucionalização e de legitimação de línguas indígenas. Policromias, Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som. V.1, N.1. Rio de Janeiro. 2016. Disponível em <https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/download/4093/3061> Acesso em 01/11/2018.

BIFANI, P. Medio Ambiente y Desarrollo Sostenible. 4ª Ed. Madrid: Instituto de Estúdios Políticos para América Latina – IEPALA, 1999.

BONFIM. Lei 211 de 04 de dezembro de 2014.

CADETE, Casimiro Manoel. Dicionário Wapichana- Português Português- Wapichana. São Paulo: Edições Loyola, 1990.

______. Entrevista (junho de 2013) [92 anos]. Entrevistadora: Ananda Machado. Comunidade Canauanim, município Cantá-Roraima. In MACHADO, Ananda. Kuadpayzu, Tyzytaba’u Na’ik Marynau Aspectos de Uma História Social da Língua Wapichana em Roraima (1932-1995). Tese de doutorado PPGHIS UFRJ. Rio de Janeiro, 2016.

CALVET, Louis Jean. As Políticas Linguísticas. São Paulo: Editora Parábola, 2007.

Carta de Canauanim, 2001. Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIRR) (no prelo)

DAMULAKIS, Gean. Cooficialização de línguas no Brasil: características, desdobramentos e desafios. 2017. Disponível em <https://lefufrj.wordpress.com/2017/12/21/cooficializacao-de-linguas-no-brasil-uma-visao-panoramica/> Acesso em 30/11/2018.

EGGERATH, Dom Pedro. O Valle e os índios do Rio Branco. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográphico Brasileiro. Tip. Universal,1924.

FRANCHETTO, Bruna. A guerra dos alfabetos: os povos indígenas na fronteira entre o oral e o escrito. Mana. Estudos de Antropologia Social, v. 14, n.1, 2008.

FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel- a História das Línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: Atlântica, 2004.

_____. A Demarcação das línguas indígenas. In CUNHA, Manuela Carneiro; CESARINO, Pedro de Niemeyer. (Orgs). Políticas culturais e povos indígenas. São Paulo, Cultura Acadêmica/ Ed Unesp, 2014.

FULNI-Ô, Fábia. Yaathe a língua do misterioso mundo Fulni-ô - Especial Ano Internacional das Línguas Indígenas, 2019. Disponível em <http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5375-yaathe-o-misterioso-mundo-fulni-o-especial-ano-internacional-das-linguas-indigenas> acesso em 30/04/2019.

FURTADO, Celso. Cultura e Desenvolvimento em época de crise. São Paulo: Paz e Terra, 1984.

GILDEA, S. Linguistic Studies in the Cariban Family in CAMPBELL, L. & GRONDONA, V. Handbook of South American Languages. Berlin: Mouton de Gruyter, 2012.

GIRARDI, Liráucio. Pierre Bourdieu: mercados linguísticos. Revista Famecas: mídia, cultura e Tecnologia. Porto Alegre, v.24, n3. Setembro, outubro, novembro e dezembro de 2017. Disponível em <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/25978/15689> acesso em 12/06/2018.

Iistituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo 2010. Disponível em <https://www.google.com.br/?client=safari&channel=iphone_bm> acesso em 12/01/2020.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Brasil. Decreto nº 7.387, de 09/10/2010. Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL).

______. Guia de Pesquisa e Documentação para o INDL: Volume 1 Patrimônio Cultural e diversidade Linguística. Brasília: IPHAN, 2016.

______. Guia de Pesquisa e Documentação para o INDL: Volume 2 Formulário e Roteiro de Pesquisa. Brasília: IPHAN, 2016.

KOUYATÉ, Sotigui. Encontros de Escuta, Comunicação e Sensibilidade. SESC SP, 2006. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=sJd1te_3pjI> acesso em 04/04/2019.

LAGARES, Xóan Carlos. Qual Política linguística? Desafios Glotopolíticos Contemporâneos. São Paulo: Parábola, 2018.

LITTLE, P. E. Amazônia: disputas territoriais em fronteiras perenes. Baltimore: Imprensa da Universidade Johns Hopkins, Marilan, 2001.

________. Etnodesenvolvimento local: autonomia cultural na era do neoliberalismo global. Rev. Tellus, ano 2. nº 3, out, 2002.

MARAZZI, C. O lugar das meias. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2009.

MORI, Letícia. O Brasil tem 190 línguas indígenas em perigo de extinção. BBC Brasil. São Paulo. 2018. Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43010108>. Acessado em 31/10/2018.

MUNDURUKU, Daniel. Mundurukando 2: sobre vivências, piolhos e afetos: roda de conversa com educadores. Lorena: UKA editorial, 2017.

OLIVEIRA, Gilvan Muller. O Lugar das Línguas: América do Sul e os Mercados na Nova Economia. Synegies Bresil. Número especial 1, 2010. p. 21-30

______. Política linguística e internacionalização: a língua portuguesa no mundo globalizado do século XXI. Trab. linguist. apl. 2013, vol.52, n.2, pp.409-433. ISSN 2175-764X. Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-18132013000200010> acesso em 09/04/2019.

______. In MORELLO, Rosângela (org.). Leis e Línguas no Brasil. O processo da Cooficialização e suas potencialidades. Florianópolis: IPOL, 2015.

RIST, Gilbert. La Cultura y el Capital Social: complices o victmas del desarrollo? In: Kliksberg y Luciano Tomassini. Capital social y cultura: claves para el desarrollo. Fondo de Cultura Económica Bernardo– BID, Buenos Aires, 2002.

______. El desarrollo: historia de una creencia occidental. Madri: Los Libros de la Catarata, 2002.

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas Brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. 2ªedição. São Paulo: E. Loyola, 1994.

ROSTOW, W.W. Etapas do Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

SACHS, I. Em busca de novas estratégias de desenvolvimento. Estudos Avançados. Vol. 9 n 25. São Paulo: Set/Dez, 1995.

______. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 3 Ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

______. A Terceira Margem: em busca do ecodesenvolvimento. São Paulo: Compainha das Letras, 2009.

SCHUMPETER, Joseph. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juros e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

SINGER, Paul I. Desenvolvimento e Crise· São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968.

UFRR. Universidade Federal de Roraima. Site Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena/UFRR. Programa de Valorização das Línguas Indígenas Macuxi e Wapichana em Roraima, 2017. < http://ufrr.br/ultimas-noticias/3666-programa-de-valorizacao-das-linguas-e-culturas-macuxi-e-wapichana-encerra-atividades-com-festa> Acesso em 05 de junho de 2018.

______________. Site Gestão Territorial Indígena. Programa de Valorização das Línguas Indígenas Macuxi e Wapichana (PVLCMW), 2018. Disponível em <http://ufrr.br/gti/index.php?option=com_content&view=article&id=65&Itemid=262> Acesso em 05 de novembro de 2018.

UNESCO. Recommendation Concerning The Promotion and Use of Multilingualism and Universal Access to Cyberspace. Paris. 2013. Disponível em <https://en.unesco.org/recommendation-mulilingualism>. Acesso em 31 out 2018.

______ Atlas Mundial dos Idiomas em Perigo. Disponível em <http://www.unesco.org/languages-atlas/> acesso em 11/04/2017.

VEIGA, J. E. 2005. Desenvolvimento Sustentável: desafios do século XXI. São Paulo: Garamound, 2005.

VIEIRA, Jaci. Missionários, Fazendeiros e Índios em Roraima. A disputa pela terra 1777 a 1980. 2 ed revisada e ampliada. Boa Vista: Editora da UFRR, 2014.

Downloads

Publicado

2020-09-21

Edição

Seção

Dossiê de Língua/Language Dossier