Provocações morfológicas à gramática cognitiva
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n2a34366Palavras-chave:
Morfologia, Semântica, Gramática Cognitiva, Linguística Cognitiva.Resumo
Este artigo discute motivações semânticas sobre a morfologia nos termos da gramática cognitiva, modelo da linguística cognitiva. Para tanto, recupera as distinções entre coisa e relação, tipo e instância, autonomia e dependência, analisabilidade e composicionalidade, tendo em vista demonstrar que a morfologia tem lugar desde o início do modelo e defender a articulação entre a formação de significados e a formação de palavras com base na polissemia. O enfoque no uso criativo das construções (produtividade) implica deslocar a prioridade de um processo cognitivo de domínio geral, a esquematização, para um processo cognitivo de domínio específico, a instanciação. A principal conclusão é que a noção de interface morfologia-semântica é menos adequada ao modelo que a concepção da morfologia como uma das manifestações da semântica.
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