Personagens imersas na contemplação vasculham a memória em busca de ruínas: a ficção de António Lobo Antunes e Maria Judite de Carvalho
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2013.v13n0a3994Resumo
A partir da leitura de duas obras pertencentes à ficção portuguesa contemporânea, passíveis de subverter os processos de escrita e representação -- Não entres tão depressa nessa noite escura, de António Lobo Antunes (2000), e Seta despedida, de Maria Judite de Carvalho (1994) --, o presente ensaio pretende privilegiar as seguintes questões: a) o impulso melancólico: a afirmação da perda do objeto e o desejo latente de resgatá-lo, rasurando a separação passada; b) a perpetuação do vivido na recordação e a oscilação do melancólico, situado entre a infelicidade narcísica e o triunfo da alegria; c) as formassutis e dissimuladas da melancolia: o humor e a ironia; d) o momento essencialmente solitário das personagens da modernidade, assinalado pela memória, consciência, assimilação do mundo e desintegração; e) a analogia com o Ângelus Novus, de Klee, a partir das reflexões críticas de Walter Benjamin, presentes em Origem do drama trágico alemão.Downloads
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