VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E ATITUDES LINGUÍSTICAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n1a48118

Palavras-chave:

Ensino de língua portuguesa brasileira, atitudes linguísticas, Educação Básica.

Resumo

Dentre os grandes desafios que estão presentes no ensino de língua portuguesa nas escolas, um dos mais polêmicos é o trabalho com a variação linguística. Sabemos que a tradição do estudo prescritivo da gramática normativa e a visão de língua homogênea nas escolas ainda é presente, apesar de os documentos oficiais do governo brasileiro orientarem, desde 1997, com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o trabalho escolar sob uma perspectiva de língua dinâmica e variável. Pesando tais considerações, este artigo discorre sobre os novos caminhos da Sociolinguística (Educacional) e apresenta resultados sobre um teste de atitudes linguísticas aplicado a alunos de duas turmas do 7º Ano da Educação Básica de uma escola pública da cidade de Uberaba, revelando o que pensam sobre e como avaliam a língua portuguesa e suas variações.

 

Among the great challenges that are present in Portuguese language teaching in schools, one of the most controversial is the work with linguistic variations. We know that the tradition of the prescriptive study of normative grammar and the vision of homogeneous language in schools is still present, despite official documents of the Brazilian government guiding, since 1997, with the National Curriculum Parameters (PCN), school work from a perspective of dynamic and variable language. Weighing these considerations, this article discusses new paths in Sociolinguistics (Educational) and presents results on a test of linguistic attitudes designed for students from two classes of the 7th Year of Basic Education of a public school in the city of Uberaba, revealing what they think about and how they evaluate the Portuguese language and its variations.

Biografia do Autor

Juliana Bertucci Barbosa, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

É professora-pesquisadora do Departamento de Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, Minas Gerais. Mestre e doutora pela UNESP/Araraquara, com estágio doutoral financiado pela CAPES/PDEE na Universidade de Lisboa. Realizou Estágio Pós-Doutoral (2019-2020) pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) da CAPES na UNESP/Araraquara na área de Sociolinguística. Atua no Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) da UFTM e no Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa/UNESP-Araraquara. É líder do Grupo de Pesquisa em Estudos Variacionista (GEVAR) e do Laboratório de Ensino e Pesquisa LEPEVAR. Coordenadora de projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, sua produção bibliográfica conta com artigos em periódicos, capítulos e organização de livros. Atua na nas áreas de Sociolinguística, Descrição de variedades do Português e Ensino de língua portuguesa (materna e L2).

Daiana Lombardi de Cuba, UNESP/Araraquara e Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Mestra em Letras (Profletras) pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM. Pós-Graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional e Neuropedagogia pelo Centro Universitário Amparense. Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM. Graduada em Pedagogia pela Universidade de Uberaba - UNIUBE. Graduada em Educação Musical pela Universidade Metropolitana de Santos - UNIMES. Participa do Grupo de Estudos Variacionistas (GEVAR), coordenado pela professora Doutora Juliana Bertucci Barbosa. Atualmente é professora de Língua Portuguesa (Ensino Fudamental II e Ensino Médio) e de violão no Conservatório Renato Frateschi. Doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa na UNESP/Araraquara.

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Publicado

2023-04-14

Edição

Seção

Dossiê de Língua/Language Dossier