PAGAR O PATO É O MESMO QUE PAGÁ-LO? CONSIDERAÇÕES SOBRE O COMPORTAMENTO MORFOSSINTÁTICO EM FRASEOLOGISMOS
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40838Keywords:
Comportamento morfossintático, Fraseologia, Palavra.Abstract
A reflexão sobre o léxico tradicionalmente se concentra no exame da palavra, em sua configuração monolexical. A fim de contribuir com essa reflexão, propomos, neste artigo, a análise de unidades polilexicais do português que constituem fraseologismos, objetivando descrever seu comportamento morfossintático. Para tanto, assumimos que léxico e gramática são componentes intimamente relacionados no sistema da língua. Especificamente, o aporte teórico adotado comporta três enfoques principais, a saber: a corrente francesa de Fraseologia representada por Gross (1996) e Mejri (1997; 2012; 2018); a discussão sobre o conceito de palavra, com base em Biderman (1999), Basilio (2000), Haspelmath e Sims (2010) e Mejri (2018); e as contribuições de Perini (2008; 2010) em relação à sintaxe do português, especialmente das unidades fraseológicas. No que tange aos procedimentos metodológicos, o artigo se estrutura a partir da pesquisa base de Souza (2018) sobre fraseologismos no discurso político, da qual foram retiradas 21 unidades fraseológicas, isoladas de seu contexto de uso, para ilustrar o comportamento morfossintático dessas estruturas que apresentam fixidez em diferentes níveis, com destaque neste estudo para as restrições morfossintáticas que elas apresentam nos eixos sintagmático e paradigmático.
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