ENSINAR E DIVULGAR VARIAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA: DUAS COMPETÊNCIAS DE UM SOCIOLINGUISTA PARA O SÉCULO XXI

Autores/as

  • Gilson Costa Freire Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Ricardo Joseh Lima Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n1a39221

Palabras clave:

Variação, Sociolinguística Educacional, Tecnologias

Resumen

Com o surgimento da Teoria da Variação no âmbito dos estudos linguísticos (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]), seguiu-se a necessidade não só de divulgar os conhecimentos produzidos por essa abordagem científica, mas também de aplicá-los ao ensino de língua. O caso do julgamento da escola Ann Arbor (LABOV, 1982) já trazia em si questões de ensino e de divulgação: por falta de informação, essa instituição assumiu uma atitude de discriminação contra a forma de falar de alunos afro-americanos, de modo que foi preciso um sociolinguista para intervir na situação. Assim, buscamos trazer um balanço crítico dos trabalhos selecionados para o simpósio de mesmo título deste artigo, apresentados no I Fórum Internacional em Sociolinguística, destacando as reflexões e as discussões que eles proporcionaram. Como aporte teórico, tomamos como base os princípios da “dívida incorrida” e da “correção do erro” (LABOV, 1982), além da “gratuidade linguística” (WOLFRAM, 1993), a fim de comentar as contribuições dos trabalhos apresentados sobre os papéis das competências de ensinar e de divulgar variação linguística atualmente. Quanto aos aspectos metodológicos, as comunicações selecionadas para o simpósio foram pautadas em experiências como o Congresso da RedPop (Rede de Popularização da Ciência) ou em mediações pedagógicas sobre fenômenos linguísticos variáveis desenvolvidas no programa nacional de mestrado profissional em Letras (ProfLetras). Sobre os resultados, os trabalhos apresentados cumpriram o propósito do simpósio temático, uma vez que (i) trouxeram propostas concretas de divulgação da variação linguística por meio de memes, vídeos e narrativas lúdicas com o uso das novas tecnologias; (ii) relataram o levantamento de concepções de língua na formação do professor com foco na variação; (iii) descreveram uma experiência de mediação pedagógica bem-sucedida em sala de aula em torno de um fenômeno linguístico variável.

Biografía del autor/a

Gilson Costa Freire, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

É graduado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1997), mestre (2000) e doutor (2005) em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Exerceu o magistério no ensino fundamental 2 nas redes municipais do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias, passando também pela Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro como professor efetivo do ensino médio. Atualmente é professor associado no Departamento de Letras e Comunicação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde atua na formação de professores de Língua Portuguesa. Tem como objeto de pesquisa a variação e a mudança sintática relacionadas ao sistema pronominal do português brasileiro, nas modalidades falada e escrita. Possui orientações concluídas e em andamento no programa de mestrado profissional em Letras (Profletras) da UFRRJ, com trabalhos sobre o ensino de diferentes aspectos morfossintáticos do Português sob a perspectiva das contribuições dos estudos variacionistas.

Ricardo Joseh Lima, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Bacharelado Em Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996), mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). É professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Lingüística, tendo realizado pesquisas na área de afasiologia linguística. Atualmente, se interessa pela inserção de tecnologias no ensino de Linguística na graduação. Coordena o programa de extensão Linguagem em Condições Diferenciadas, que busca divulgar informações e ações contra o preconceito linguístico, visando a uma alteração no ponto de vista da Escola a respeito desse tema. Orienta alunos de pós graduação e de graduação (Iniciação à Docência, Iniciação Científica e Extensão). É um dos coordenadores do subprojeto de lingua portuguesa do Campus Maracanã, do PIBID/UERJ (2014).

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Publicado

2021-06-30

Número

Sección

Dossiê de Língua/Language Dossier