ENSINAR E DIVULGAR VARIAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA: DUAS COMPETÊNCIAS DE UM SOCIOLINGUISTA PARA O SÉCULO XXI
DOI :
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n1a39221Mots-clés :
Variação, Sociolinguística Educacional, TecnologiasRésumé
Com o surgimento da Teoria da Variação no âmbito dos estudos linguísticos (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]), seguiu-se a necessidade não só de divulgar os conhecimentos produzidos por essa abordagem científica, mas também de aplicá-los ao ensino de língua. O caso do julgamento da escola Ann Arbor (LABOV, 1982) já trazia em si questões de ensino e de divulgação: por falta de informação, essa instituição assumiu uma atitude de discriminação contra a forma de falar de alunos afro-americanos, de modo que foi preciso um sociolinguista para intervir na situação. Assim, buscamos trazer um balanço crítico dos trabalhos selecionados para o simpósio de mesmo título deste artigo, apresentados no I Fórum Internacional em Sociolinguística, destacando as reflexões e as discussões que eles proporcionaram. Como aporte teórico, tomamos como base os princípios da “dívida incorrida” e da “correção do erro” (LABOV, 1982), além da “gratuidade linguística” (WOLFRAM, 1993), a fim de comentar as contribuições dos trabalhos apresentados sobre os papéis das competências de ensinar e de divulgar variação linguística atualmente. Quanto aos aspectos metodológicos, as comunicações selecionadas para o simpósio foram pautadas em experiências como o Congresso da RedPop (Rede de Popularização da Ciência) ou em mediações pedagógicas sobre fenômenos linguísticos variáveis desenvolvidas no programa nacional de mestrado profissional em Letras (ProfLetras). Sobre os resultados, os trabalhos apresentados cumpriram o propósito do simpósio temático, uma vez que (i) trouxeram propostas concretas de divulgação da variação linguística por meio de memes, vídeos e narrativas lúdicas com o uso das novas tecnologias; (ii) relataram o levantamento de concepções de língua na formação do professor com foco na variação; (iii) descreveram uma experiência de mediação pedagógica bem-sucedida em sala de aula em torno de um fenômeno linguístico variável.
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