Poema novo no velho: poesia concreta e escrita dialética
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2014.v15n0a4015Abstract
O ensaio revisita os textos de Augusto de Campos e Roberto Schwarz motivados pela publicação do poema “pós-tudo (1984)”, procurando confirmar a hipótese de que o processo de redemocratização esteve vinculado a uma revisão da atitude vanguardista nas intervenções de Augusto de Campos no campo cultural, acompanhando à sua maneira a iniciativa de seu irmão, Haroldo de Campos. A leitura do poema empreendida por Roberto Schwarz seria, para além da sua atitude polêmica, uma estratégia de deslegitimação cultural de tal mudança de postura, de modo a preservar a interpretação do poema “pós-tudo” de acordo com os princípios estilísticos da poesia concreta, e assim flagrar-lhe uma nota de atraso cultural. Por fim, o debate trouxe à tona, a nosso ver, dois projetos estilísticos para a cultura brasileira, um fundamentado na prosa de Machado de Assis, e o outro, na crença (não sem ironia) no valor utópico das semelhanças casuais entre os significantes da língua, reformuladas poeticamente pelos procedimentos advindos da poesia concreta. Sem residir nem em um nem em outro, o Brasil -- se puder ser nomeado -- parece oscilar entre os projetos e descansar em seus intervalos.
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