O ENSINO DE MORFOLOGIA – UMA ABORDAGEM 3C: CRÍTICA, CRIATIVA E CONTEXTUALIZADA

Autori

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40221

Parole chiave:

morfologia, ensino de gramática, ensino médio.

Abstract

Não é de hoje que professores e pesquisadores buscam meios para promover um processo de ensino-aprendizagem significativo para os alunos, sobretudo no ensino básico. A cada dia que passa, os discentes estão cada vez mais inseridos na era digital e, além disso, estão cada vez mais críticos e engajados socialmente. Com todo esse contexto, defendemos, neste artigo, que o ensino de língua portuguesa não pode ser visto de forma estanque da realidade em que o aluno vivencia. Dessa forma, focalizando no ensino de morfologia nas aulas de língua portuguesa do Ensino Médio, propomos uma discussão sobre como a área da gramática que estuda os processos de formação de novas palavras poderia ser abordada de forma significativa, crítica, reflexiva e funcional para os nossos alunos. Para isso, embasamo-nos na discussão feita por Gonçalves (2016) no capítulo “Por que criamos palavras novas?” do livro Atuais tendências em formação de palavras e, também, na discussão feita por Basílio (1987) quando a autora apresenta algumas funções que explicam o porquê dos falantes criarem novas palavras. Além dessas referências, lançamos mão das reflexões estabelecidas por autores como Franchi (2006) e Basso & Oliveira (2012), que defendem a importância de um ensino investigativo, ou seja, um ensino que promove o “fazer ciência”. Ainda na discussão sobre ensino, observamos o que preconiza a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), bem como Vivas et al. (2017) para, então, confrontar essa discussão com a forma como os livros didáticos abordam os conteúdos de morfologia. Com a discussão feita neste artigo, pretendemos oferecer subsídio aos professores para que consigam promover uma aula em que os alunos consigam interagir, descrever e fazer reflexões sobre dados que podem aparecer em suas rotinas; isso geraria uma aproximação e interesse dos estudantes em relação ao objeto de estudo analisado em questão.

Biografia autore

Tiago Vieira de Souza, UFRJ

Graduado em Letras Português/Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestrando no programa de pós-graduação em Letras Vernáculas (PPGLEV/UFRJ). É pesquisador associado ao NEMP (Núcleo de Estudos Morfológicos do Português), Grupo de Pesquisa liderado pelo Professor Doutor Carlos Alexandre Gonçalves, com sede na Faculdade de Letras da UFRJ. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Morfologia. Tiago foi bolsista CNPq e também pesquisou o ensino de morfologia no Ensino Médio com ênfase na composição como processo formativo de novas palavras.

Riferimenti bibliografici

ABAURRE, M. L. M.; ABAURRE, M. B. M.; PONTARA, M. Português: contexto, interlocução e sentido. Vol. 1. São Paulo: Moderna, 2008.

BASÍLIO, M. Teoria lexical. São Paulo: Ática, 1987.

BASSO, R. M.; OLIVEIRA, R. P. FEYNMAN. A Linguística e a Curiosidade, Revisitado. In: Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, v. 19, n. 30, p. 13-40, 2012.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf. Acesso em: 15 de dezembro de 2020.

FRANCHI, C. Mas o que é mesmo “gramática”?. São Paulo: Parábola, 2006.

GONÇALVES, C. A. V. Flexão e derivação em Português. 1. Ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005a.

GONÇALVES, C. A. Iniciação aos estudos morfológicos: flexão e derivação. São Paulo: Contexto, 2011.

GONÇALVES, C. A. Composição e derivação: polos prototípicos de um continuum? Pequeno estudo de casos. Domínios da lingu@gem, Uberlândia, v. 5, n. 2, p. 63-94, 2011a.

GONÇALVES, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Contexto, 2016.

GONÇALVES, C. A. Morfologia. São Paulo: Parábola, 2019.

GONÇALVES, C. A.; ANDRADE, K. E.; ALMEIDA, M. L. L. Se a macumba é para o bem, então é boacumba: análise morfoprosódica e semântico-cognitiva da substituição sublexical em português. Linguística (Rio de Janeiro), v. 6, p. 64-82, 2010.

KOCH, I. V. Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1990.

KOCH, I. V. Linguística Textual: Quo Vadis?. Revista Delta, v. 17, edição especial, p. 11-23, 2001.

KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

KOCH, I. V. Referenciação e orientação argumentativa. In: KOCH, I. V; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (orgs.). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 33-52.

MARCUSCHI, L. A. Da Fala para a Escrita: Atividades de Retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.

RODRIGUES, A. Adjetivos em -vel: um estudo dos processos de formação. Cadernos Pedagógicos e culturais/Centro Educacional de Niterói. Niterói, v. 2, n. 1, pp. 139-49, 1993.

VIVAS, Vítor de Moura et al. Morfologia e Ensino: Novas abordagens voltadas para o Ensino

Médio. In: GONÇALVES, C. A.; HIGINO DA SILVA, N. (Orgs.). Novos Horizontes da pesquisa em Morfologia. Campinas: Pontes Editores, p. 147-79, 2017.

##submission.downloads##

Pubblicato

2021-09-20

Fascicolo

Sezione

Dossiê de Língua/Language Dossier