MEMÓRIA E ANCESTRALIDADE EM POEMAS DE "METADE CARA, METADE MÁSCARA", DE ELIANE POTIGUARA
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n1a48876Parole chiave:
poesia indígena, memória, ancestralidade, violência.Abstract
O objetivo deste trabalho é investigar de que forma a memória e a ancestralidade estão experimentadas nos poemas “Invasão”, “Terra” e “Na trilha da mata”, que integram a obra híbrida Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara, e como a violência está imbricada com a categoria de silenciamento. Como propõe Bezerra (2007), Potiguara intenta denunciar a prática de exclusão infiltrada no cotidiano por meio de seus poemas, o que faz com que o leitor reflita sobre a situação de dominação vivenciada pelos indígenas. Trazendo um recorte das histórias desses povos, Potiguara representa em seus poemas a história da diáspora dos povos originários, desconstruindo a ideia eurocêntrica de submissão e conformismo contemporâneo, pelos rastros de memórias de seus antepassados presentificados em sua escritura. A pesquisa bibliográfica e interpretativa será desenvolvida tendo como base a análise dos poemas, de modo a mostrar a realidade da diáspora indígena, numa visão ampla do olhar feminino. Mulheres indígenas são protagonizadas na voz de escritoras como Potiguara, que contribui para a recontação das histórias de seus povos, ressaltando em sua escrita a importância das mulheres na construção dessas histórias. O aparato teórico-crítico se constituirá de textos de escritores que se dedicam ao estudo do olhar feminino, como Bezerra (2007) e Rago (2013); ao estudo de etnias marginalizadas historicamente, como Graúna (2013) e Krenak (2019); e também ao estudo da memória e da história, como Seligmann-Silva (2016), entre outros.
The aim of this work is to investigate how memory and ancestry are experienced in the poems “Invasão”, “Terra” e “Na trilha da mata”, which are part of the hybrid work Metade cara, metade máscara, written by Eliane Potiguara, and how violence is intertwined with silencing. As proposed by Bezerra (2007), Potiguara intends to denounce the practice of exclusion, infiltrated in everyday life, which makes the reader reflects on the situation of domination experienced by the indigenous people. Bringing a cut of the stories of these peoples, Potiguara represents in her poems the history of the diaspora of the original peoples, deconstructing the Eurocentric idea of submission and contemporary conformism, by the traces of memories of their ancestors present in her writing. The bibliographical and interpretative research will be developed based on the analysis of the poems, thus contributing to show the reality of the indigenous diaspora, in a broad view of the female gaze. Indigenous women are the protagonists in the voice of writers like Potiguara, who contributes to recounting the stories of their peoples, emphasizing in her writing the importance of women in the construction of these stories. The theoretical-critical apparatus will consist of texts by writers who are dedicated to the study of the female gaze, such as Bezerra (2007) and Rago (2013); the study of historically marginalized ethnic groups such as Graúna (2013) and Krenak (2019); and to the study of memory and history, as Seligmann-Silva (2016), among others.
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