Itinerário do uso e variação de <em>nós</em> e a <em>gente</em> em textos escritos e orais de alunos do Ensino Fundamental da Rede Pública de Florianópolis
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2011.v8n1a7973Abstract
O objetivo deste trabalho é descrever e analisar a variação de nós e a gente (e suas possíveis realizações na desinência verbal -mos e zero) na fala e escrita de alunos do ensino fundamental (5ª, 6ª, 7ª e 8ª série) em quatro escolas da rede pública de ensino de Florianópolis -- região leste de Santa Catarina. A análise está apoiada na Teoria da Variação e Mudança Linguística delineada por Weinreich, Labov e Herzog (1968) e Labov (1972, 2001, 2003) e leva em conta a influência de fatores linguísticos e extralinguísticos no condicionamento das formas em variação. Esta pesquisa consistiu na observação do uso “real” desses pronomes e se efetivou partindo de uma proposta de narração solicitada aos alunos, que deveriam relatar a respeito de um momento marcante da vida deles, em conjunto, com outras pessoas -- para se resgatar, preferencialmente, a primeira pessoa do plural. As amostras da pesquisa foram constituídas por produções textuais e entrevistas orais, no período de maio a outubro de 2008. Os resultados gerais já apontam para um uso efetivo da forma a gente na fala e na escrita dos alunos, com base nas rodadas que foram realizadas com a ajuda do pacote estatístico VARBRUL. Verificamos os seguintes contextos linguísticos e extralinguísticos favorecedores para o uso de a gente na escrita e na fala, respectivamente: (i) marca morfêmica do verbo que o acompanha (zero e--mos), (ii) sujeito preenchido e nulo, (iii) modalidade: fala e escrita, (iv) saliência fônica, (v) paralelismo formal, (vi) sexo dos informantes e (vii) série (5ª, 6ª, 7ª e 8ª). Esse quadro aponta para o ensino de língua em que um dos primeiros objetivos e uma das primeiras atitudes do educador deve ser o reconhecimento da realidade sociolinguística presente na sala de aula.##submission.downloads##
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