Memorabilia Rouge [como postular uma coordenada geográfica no vazio]
Mots-clés :
Poesia em prosa, desejo, memóriaRésumé
Memorabilia Rouge pode ser interpretada como uma cartografia queer de um desejo pessoalizado, ou ainda um arquivo sensível e perspectivado daquilo que carregamos de nossas relações: o que ainda ecoa, o que ainda vibra, e nas palavras de Ana Martins Marques, uma espécie de teste, a ver se ainda dá pé. Gosto de chama-las de memórias semi-inventadas, um modo particular de lembrança que almeja encontrar uma coordenada estabilizante no vazio e na vicissitude de um mundo em liquefação. Penso-a também como uma escrita biográfica de um mapa amoroso que compreende os contributos de diferentes sujeitos (com línguas e culturas discrepantes, e modos igualmente divergentes de demonstração da afetividade) à minha constituição psíquica. Um jogo por si só inscrito e condicionado entre herança e legado, um ziguezague pouco preciso entre aquilo que se perde e aquilo que insiste em permanecer.
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