Pelos caminhos do Ceará, por meio das frestas do léxico
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35141Palavras-chave:
Filologia. Texto. Léxico. História. Sociedade.Resumo
Ao estudarmos o léxico de uma língua adentramos por caminhos diversos da vida de uma comunidade e em suas formas de expressar as realidades. Neste artigo, fazemos uma incursão em dois momentos da sociedade cearense que se interseccionam e têm como esteio a mesma realidade, os reflexos das secas, com fito de trazer uma reflexão sobre o estudo do léxico da língua portuguesa no Brasil. A partir dessa temática, nosso corpus de estudo é composto por dois textos, um manuscrito do século XVIII em que aplicamos o método filológico de edição semidiplomática e o outro do século XXI, digitalizado e exposto em ambiente virtual do qual trasladamos. Selecionamos algumas lexias nos dois textos para explicitarmos os sentidos que nos permitiram uma digressão nos contextos de uso para percebemos as realidades refletidas por meio do léxico. Nosso referencial teórico se centra nos estudos filológicos de Bassetto (2001), Gumbrecht (2007), Picchio (1979) e Spina (1977); e lexicológicos de Abbade (2006), Oliveira e Isquerdo (1998). O estudo das lexias dos textos, possibilitou-nos um entendimento mais amplo dos textos e do entorno linguístico e extra-linguístico, estabelecendo uma conexão entre os fatos abordados nas duas realidades.
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