A Sociedade Musical União XV de Novembro como Patrimônio Cultural: da prática musical ao arquivo vivo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v8i1.46743

Palavras-chave:

Sociedades Musicais. Bandas de Música. Patrimônio Cultural. Manifestação Musical. Arquivo Documental.

Resumo

Este artigo propõe reflexões sobre a importância do reconhecimento e salvaguarda das bandas de música brasileiras como patrimônio cultural por meio de uma pesquisa sobre a trajetória da centenária banda da Sociedade Musical União XV de Novembro, localizada no município de Mariana-MG. As sociedades musicais, além de serem protagonistas na produção musical de muitas cidades, desempenham um papel de guardiãs de memórias relacionadas à tradição popular, contribuindo para a formação e afirmação da identidade musical no país. O patrimônio da Sociedade Musical União XV de Novembro é constituído por acervo de partituras, instrumentos musicais, fotografias, estatutos e atas de reuniões, memória de seus músicos e saberes e práticas musicais transmitidos para gerações, reproduzindo e (re)inventando uma tradição comunitária. A banda é uma entidade viva e atuante e, as memórias de seus maestros e músicos, detentores dos saberes de uma cultura musical, bem como seus documentos musicais e musicográficos expressam um patrimônio cultural que precisa ser valorizado, registrado, divulgado e preservado. Em termos teóricos e metodológicos, analisamos uma vasta bibliografia sobre bandas de música e patrimônio cultural e variadas fontes documentais que englobam jornais, relatos de memorialistas, partituras musicais, fotografias e documentos administrativos encontrados no acervo documental da banda União XV de Novembro.

Biografia do Autor

Manuela Areias Costa, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)

Historiadora e Professora Adjunta da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no Curso de Licenciatura em História e no Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória). Integra o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS-Brasil) e coordena o Fórum em Defesa do Patrimônio Cultural de MS.

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Publicado

2022-09-20

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Temático