TE e LHE como clíticos acusativos de 2ª pessoa em cartas pessoais cearenses

Autores

  • Francisco Jardes Nobre de Araújo Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Hebe Macedo de Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v1i1.4785

Palavras-chave:

variação pronominal, pronomes oblíquos, formas te e lhe, cartas pessoais, sociolinguística variacionista.

Resumo

Este estudo objetiva analisar a alternância dos pronomes te e lhe como oblíquos de 2a pessoa, na função de acusativo, em cartas pessoais cearenses, escritas durante o século XX, à luz dos pressupostos teórico- metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972; 1994). A amostra a ser analisada é composta por 186 cartas pessoais escritas por cearenses. Busca-se investigar a atuação dos grupos de fatores tipo semântico do verbo; estrutura do verbo; posição do clítico em relação ao verbo e a variável extralinguística década em que as cartas foram escritas. Os dados analisados foram submetidos ao programa computacional GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) e indicam que a) como acusativo de 2a pessoa, a forma te (60%) é mais recorrente do que a forma lhe (40%); b) verbos do tipo dicendi favorecem o uso de lhe (68%), enquanto verbos de sentimento o desfavorecem (12%); c) nas ocorrências de ênclise, lhe foi mais frequente (60%) do que te (40%); e d) a variação de te~lhe acusativo nos anos 1940-1959 foi de 44% de te e 56% de lhe, havendo um uso bem maior de te (70%) do que de lhe (30%) nos anos de 1980-1999. 

Biografia do Autor

Francisco Jardes Nobre de Araújo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando em Linguística, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Brasil.

Hebe Macedo de Carvalho

Professora do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, Brasil.

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Publicado

31-01-2016