Itinerários para Igualdade de Gênero na Ficção de Lília Momplé e Paulina Chiziane
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2022.v14n26a53832Resumo
Este artigo faz uma reflexão crítica sobre as propostas das vozes femininas que protagonizam as acções nos livros Os Olhos da Cobra Verde, de Lília Momplé e Balada de Amor ao Vento, de Paulina Chiziane. A natureza qualitativa desta pesquisa impele a nossa racionalidade a optar pelo paradigma sócio-crítico ou emancipatório, o qual será operacionalizado através de um percurso metodológico bibliográfico e de uma abordagem indutiva-explicativa e hermenêutica. As autoras questionam a condição da mulher moçambicana dentro de um quadro de relações caracterizadas por conflitos socioculturais e geracionais, se tomarmos como pólos sociológicos os valores tradicionais de base africana bantu e os da cultura cristã ocidental. Esses conflitos se resumem em desigualdades baseadas no género. Nas duas obras, a categoria homem configura-se como o sujeito da dominação, enquanto a categoria mulher é, por conversão cultural, o objecto dessa dominação preconceituosa. Esta situação inspirou Lília Momplé e Paulina Chiziane a proporem, por intermédio de personagens femininas, os itinerários que, uma vez reinterpretados e socializados, podem funcionar como vias para o estabelecimento de relações simétricas entre os dois géneros.Referências
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