O novo, o velho e o futuro (im)possível: os extremos da vida em Os transparentes, de Ondjaki
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2024.v16n31e60975Palavras-chave:
literatura angolana, tópica literária angolana, Ondjaki, Os transparentes.Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a relação estabelecida entre jovens e mais-velhos no romance Os transparentes, de Ondjaki. Levando em conta a importância da representação das crianças na literatura angolana, assim como a relação estabelecida entre as personagens infantis e os mais-velhos enquanto simbologia dos futuros possíveis, o artigo busca explorar os possíveis impactos das conexões com mais-velhos de referência para o desfecho de cada jovem da narrativa. Argumenta-se o impacto de um pessimismo quanto ao presente e ao futuro tanto na morte de duas personagens jovens como na ausência quase total de crianças na narrativa. Considera-se, no entanto, que a sobrevivência de outros dois jovens e a passagem deles de uma posição de escuta à liderança na defesa dos mais-velhos carrega consigo germes de esperança no tocante ao futuro.
Referências
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.
FONSECA, Maria Nazareth Soares. Velhos e velhice nas literaturas africanas de língua portuguesa contemporâneas. In: BARBOSA, Maria José Somerlate (Org.). Passo e compasso: No ritmo do envelhecer. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 63-80.
JAMESON, Fredric. Third-world literature in the era of multinational capitalism. Social text, Durham, v. 15, p. 65-88, 1986.
MACÊDO, Tania. Luanda: violência e escrita. In: CHAVES & MACÊDO Marcas da diferença: As literaturas africanas de língua portuguesa. São Paulo: Alameda, 2006, p. 175-187.
MACÊDO, Tania. Luanda, cidade e literatura. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
ONDJAKI. Os transparentes. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
NASCIMENTO, Lidiane Alves do; RAMOS, Marilúcia Mendes. A memória dos velhos e a valorização da tradição na literatura africana: algumas leituras. Revista Crítica Cultural, Palhoça, v. 6, n. 2, p. 453-467. DOI: <https://doi.org/10.19177/rcc.v6e22011453-467>.
PADILHA, Laura Cavalcante. Entre a voz e a letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX. Niterói: EdUFF, Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2011. p.193.
PINTO, Renato dos Santos. Projetos e balanços entre João Vêncio: os seus amores, de Luandino Vieira, e Quantas madrugadas tem a noite, de Ondjaki. 170. Tese (Doutorado em Literatura) - Literatura Comparada - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.
SECCO, Carmen Lucia Tindó Ribeiro. No compasso de rugas e desejos: erotismo e envelhecimento no imaginário das literaturas africanas e brasileira. In: BARBOSA, Maria José Somerlate (Org.). Passo e compasso: No ritmo do envelhecer. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003, v. 1, p. 83-106.
SILVA, Renata Flávia da. Representações da infância na literatura angolana. In BRITO-SEMEDO, Manuel; FEIJÓ, Elias J. Torres; VÁZQUEZ, Raquel Bello; SAMARTIM, Roberto (eds). Estudos da AIL em literaturas e culturas africanas de língua portuguesa, Coimbra, v.5, p. 77-82, Maio de 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mulemba

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).