O novo, o velho e o futuro (im)possível: os extremos da vida em Os transparentes, de Ondjaki

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2024.v16n31e60975

Palavras-chave:

literatura angolana, tópica literária angolana, Ondjaki, Os transparentes.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a relação estabelecida entre jovens e mais-velhos no romance Os transparentes, de Ondjaki. Levando em conta a importância da representação das crianças na literatura angolana, assim como a relação estabelecida entre as personagens infantis e os mais-velhos enquanto simbologia dos futuros possíveis, o artigo busca explorar os possíveis impactos das conexões com mais-velhos de referência para o desfecho de cada jovem da narrativa. Argumenta-se o impacto de um pessimismo quanto ao presente e ao futuro tanto na morte de duas personagens jovens como na ausência quase total de crianças na narrativa. Considera-se, no entanto, que a sobrevivência de outros dois jovens e a passagem deles de uma posição de escuta à liderança na defesa dos mais-velhos carrega consigo germes de esperança no tocante ao futuro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia Vital Ferreira, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Possui graduação em Letras: Português e Linguística pela Universidade de São Paulo (2019). Desde 2022, é mestranda na área de Estudos Comparados de Língua Portuguesa (USP), sob orientação da Profª Drª Rejane Vecchia da Rocha e Silva, realizando pesquisa comparativa entre literatura angolana e literatura brasileira contemporâneas. Possui interesse em Literaturas Comparadas, Literaturas em Língua Portuguesa e Literaturas do continente africano.

Referências

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

FONSECA, Maria Nazareth Soares. Velhos e velhice nas literaturas africanas de língua portuguesa contemporâneas. In: BARBOSA, Maria José Somerlate (Org.). Passo e compasso: No ritmo do envelhecer. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 63-80.

JAMESON, Fredric. Third-world literature in the era of multinational capitalism. Social text, Durham, v. 15, p. 65-88, 1986.

MACÊDO, Tania. Luanda: violência e escrita. In: CHAVES & MACÊDO Marcas da diferença: As literaturas africanas de língua portuguesa. São Paulo: Alameda, 2006, p. 175-187.

MACÊDO, Tania. Luanda, cidade e literatura. São Paulo: Editora UNESP, 2008.

ONDJAKI. Os transparentes. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

NASCIMENTO, Lidiane Alves do; RAMOS, Marilúcia Mendes. A memória dos velhos e a valorização da tradição na literatura africana: algumas leituras. Revista Crítica Cultural, Palhoça, v. 6, n. 2, p. 453-467. DOI: <https://doi.org/10.19177/rcc.v6e22011453-467>.

PADILHA, Laura Cavalcante. Entre a voz e a letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX. Niterói: EdUFF, Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2011. p.193.

PINTO, Renato dos Santos. Projetos e balanços entre João Vêncio: os seus amores, de Luandino Vieira, e Quantas madrugadas tem a noite, de Ondjaki. 170. Tese (Doutorado em Literatura) - Literatura Comparada - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.

SECCO, Carmen Lucia Tindó Ribeiro. No compasso de rugas e desejos: erotismo e envelhecimento no imaginário das literaturas africanas e brasileira. In: BARBOSA, Maria José Somerlate (Org.). Passo e compasso: No ritmo do envelhecer. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003, v. 1, p. 83-106.

SILVA, Renata Flávia da. Representações da infância na literatura angolana. In BRITO-SEMEDO, Manuel; FEIJÓ, Elias J. Torres; VÁZQUEZ, Raquel Bello; SAMARTIM, Roberto (eds). Estudos da AIL em literaturas e culturas africanas de língua portuguesa, Coimbra, v.5, p. 77-82, Maio de 2017.

Downloads

Publicado

2024-12-30