O animismo como elemento de resistência contra o machismo

Autor/innen

  • Michelle Aranda Facchin UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2020.v12n23a37030

Schlagworte:

Mia Couto, animismo, resistência, feminino, machismo.

Abstract

O presente artigo resulta de um estudo de doutoramento sobre as personagens femininas das narrativas de Mia Couto. Realizamos um recorte no objeto para escrevermos este artigo, a fim de tratarmos da temática do animismo como forma de resistência contra o patriarcalismo. Baseamo-nos nos estudos pós-coloniais e na crítica sobre o realismo animista, além de contarmos com uma abordagem comparativa entre alguns romances e contos do escritor moçambicano, dando especial ênfase ao conto “Caçador de ausências”, tema de grande parte deste trabalho. Concluímos que o animismo é um aspecto cultural incorporado na estrutura do texto, sendo a sua principal função no conto aqui apresentado de promover caminhos de resistência da mulher e de ruptura da dominação masculina no casamento.

Autor/innen-Biografie

Michelle Aranda Facchin, UFRJ

Doutora e Mestre em Letras-Estudos Literários. Pesquisadora na área de Literaturas africanas de Língua Portuguesa.

Literaturhinweise

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

BOSI, Alfredo. Narrativa e resistência. In: Itinerários, n.10, Araraquara, p.11-27, 1996.

_____. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das letras, 1992.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967.

COUTO, Mia. Eu não sei o que é o Moçambique profundo ou verdadeiro. Entrevista a Doris Wieser. In: Navegações. Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 214-220, 2014. DOI: 10.15448/1983-4276.2014.2.21055. Disponível em: https://www.researchgate.net /publication/281480769_Eu_nao_sei_o_que_e_o_Mocambique_profundo_ou_verdade iro_Entrevista_a_Mia_Couto.

COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

______. A confissão da leoa. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

______. E se Obama fosse africano? São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

______. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

______. Antes de nascer o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009b.

_____. Venenos de Deus, remédios do Diabo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

_____. As negas malucas de Mia Couto. Entrevistado por Mariana Filgueiras. JBonline. 15 jun. 2008b. Disponível em: <http://ricardoriso.blogspot.com.br/2008/06/as-negas-malucas-de-mia-couto.html>. Acesso em: 18 jun. 2015.

FONSECA, Ana Margarida. O lugar do outro: representações da identidade nas narrativas de Mia Couto e José Eduardo Agualusa. In: Diacrítica: dossier de literatura comparada. Universidade do Minho: Húmus, 2010. p. 237-264

GARUBA, Harry. Explorações no realismo animista: notas sobre a leitura e a escrita da literatura, cultura e sociedade africana. Trad. Elisângela Tarouco. In: Nonada - Letras em Revista. v. 2, n. 19, p.235-256. Porto Alegre, Uniritter, 2012. Disponível em:

<http://seer.uniritter.edu.br/index.php/nonada/article/viewFile/610/396>. Acesso em: 11

maio 2015.

HALL, Stuart. A identidade cultural da pós-modernidade. São Paulo : DP&A, 2005.

LARANJEIRA, Luís Pires. Literaturas africanas de expressão portuguesa. Portugal: Universidade Aberta, 1995.

MAQUÊA, Vera. Três romances de Mia Couto: horizontes moçambicanos. In.: MARTIN, Vima Lima. (Org.). Diálogos críticos: literatura e sociedade nos países de língua portuguesa. São Paulo: Arte & Ciência, p.167-183, 2005.

PARRINDER, Geoffrey. African traditional religion. London: Hutchinson’s University Library, 1954.

PEPETELA. Lueji: o nascimento de um império. São Paulo: Leya, 2015.

ROSÁRIO, Lourenço Joaquim da Costa. A narrativa africana de expressão oral. Luanda: Angolê, 1989.

SAID, Edward. Cultura e imperialismo. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

WILLERSLEV, Rane. A antropologia está levando o animismo a sério demais? In: R@u Revista de Antropologia da UfsCar, v. 7, n. 1, jan/jun., 2015. p. 17-36.

WITTMANN, Tábita. O realismo animista presente nos contos africanos (Angola, Moçambique e Cabo Verde). 2012. 171 f. Dissertação (Mestrado em Letras). UFRS, Porto Alegre: UFRS, 2012. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle /10183/66293. Acesso em: 10 jun. 2015.

Veröffentlicht

2021-05-21