O animismo como elemento de resistência contra o machismo
DOI :
https://doi.org/10.35520/mulemba.2020.v12n23a37030Mots-clés :
Mia Couto, animismo, resistência, feminino, machismo.Résumé
O presente artigo resulta de um estudo de doutoramento sobre as personagens femininas das narrativas de Mia Couto. Realizamos um recorte no objeto para escrevermos este artigo, a fim de tratarmos da temática do animismo como forma de resistência contra o patriarcalismo. Baseamo-nos nos estudos pós-coloniais e na crítica sobre o realismo animista, além de contarmos com uma abordagem comparativa entre alguns romances e contos do escritor moçambicano, dando especial ênfase ao conto “Caçador de ausências”, tema de grande parte deste trabalho. Concluímos que o animismo é um aspecto cultural incorporado na estrutura do texto, sendo a sua principal função no conto aqui apresentado de promover caminhos de resistência da mulher e de ruptura da dominação masculina no casamento.
Références
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
BOSI, Alfredo. Narrativa e resistência. In: Itinerários, n.10, Araraquara, p.11-27, 1996.
_____. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das letras, 1992.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967.
COUTO, Mia. Eu não sei o que é o Moçambique profundo ou verdadeiro. Entrevista a Doris Wieser. In: Navegações. Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 214-220, 2014. DOI: 10.15448/1983-4276.2014.2.21055. Disponível em: https://www.researchgate.net /publication/281480769_Eu_nao_sei_o_que_e_o_Mocambique_profundo_ou_verdade iro_Entrevista_a_Mia_Couto.
COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
______. A confissão da leoa. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
______. E se Obama fosse africano? São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
______. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
______. Antes de nascer o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009b.
_____. Venenos de Deus, remédios do Diabo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
_____. As negas malucas de Mia Couto. Entrevistado por Mariana Filgueiras. JBonline. 15 jun. 2008b. Disponível em: <http://ricardoriso.blogspot.com.br/2008/06/as-negas-malucas-de-mia-couto.html>. Acesso em: 18 jun. 2015.
FONSECA, Ana Margarida. O lugar do outro: representações da identidade nas narrativas de Mia Couto e José Eduardo Agualusa. In: Diacrítica: dossier de literatura comparada. Universidade do Minho: Húmus, 2010. p. 237-264
GARUBA, Harry. Explorações no realismo animista: notas sobre a leitura e a escrita da literatura, cultura e sociedade africana. Trad. Elisângela Tarouco. In: Nonada - Letras em Revista. v. 2, n. 19, p.235-256. Porto Alegre, Uniritter, 2012. Disponível em:
<http://seer.uniritter.edu.br/index.php/nonada/article/viewFile/610/396>. Acesso em: 11
maio 2015.
HALL, Stuart. A identidade cultural da pós-modernidade. São Paulo : DP&A, 2005.
LARANJEIRA, Luís Pires. Literaturas africanas de expressão portuguesa. Portugal: Universidade Aberta, 1995.
MAQUÊA, Vera. Três romances de Mia Couto: horizontes moçambicanos. In.: MARTIN, Vima Lima. (Org.). Diálogos críticos: literatura e sociedade nos países de língua portuguesa. São Paulo: Arte & Ciência, p.167-183, 2005.
PARRINDER, Geoffrey. African traditional religion. London: Hutchinson’s University Library, 1954.
PEPETELA. Lueji: o nascimento de um império. São Paulo: Leya, 2015.
ROSÁRIO, Lourenço Joaquim da Costa. A narrativa africana de expressão oral. Luanda: Angolê, 1989.
SAID, Edward. Cultura e imperialismo. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2011
WILLERSLEV, Rane. A antropologia está levando o animismo a sério demais? In: R@u Revista de Antropologia da UfsCar, v. 7, n. 1, jan/jun., 2015. p. 17-36.
WITTMANN, Tábita. O realismo animista presente nos contos africanos (Angola, Moçambique e Cabo Verde). 2012. 171 f. Dissertação (Mestrado em Letras). UFRS, Porto Alegre: UFRS, 2012. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle /10183/66293. Acesso em: 10 jun. 2015.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).