Correspondência José Luandino Vieira - Carlos Ervedosa: Da Literatura de Testemunho para uma História da Literatura Angolana Moderna

Autor/innen

  • Ana Rocha

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2022.v14n26a53820

Abstract

Durante os conturbados anos de luta pela independência em Angola, o ativismo político não existiu separado do engajamento cultural e literário. A literatura foi um elemento impulsionador de ação para a resistência e ativismo anticolonial em Portugal e nos países africanos. A urgência de liberdade e a luta pelo reconhecimento identitário propalou uma agitação cultural com focos em Luanda e em Lisboa, que foram basilares para a construção e a sedimentação do sistema literário angolano moderno. Um dos grandes agentes dessas operações foi a Casa dos Estudantes do Império com as suas atividades culturais e sociais e as suas publicações. Carlos Ervedosa foi uma figura central das produções da Casa e outras, como a Colecção de Autores Ultramarinos ou a secção literária do jornal Província de Angola. Por seu turno, José Luandino Vieira, ainda que preso em Luanda e, mais tarde, no Campo de Concentração de Chão Bom, no Tarrafal, acompanhou a situação cultural e literária e colaborou através da correspondência que trocava com Carlos Ervedosa, ou por mediação da esposa. Essas cartas revelam a reflexão destes jovens acerca do sistema ou “campo” (Bourdieu) literário angolano, sua História, composição e consolidação. Neste artigo, iremos analisar os conteúdos dessa correspondência, disponível no livro Papéis da prisão, de José Luandino Vieira, e no volume a ele dedicado, organizado por Michel Laban. As relações entre testemunho, literatura de testemunho, ficção, fonte historiográfica, História e História da literatura serão problematizadas.

ADORNO, Theodor. Minima moralia. Reflexões a partir da vida danificada. São Paulo: Ática, 1992.BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.CRU, Jean Norton. War books. A study in historical criticism. Massachusetts: Department of Romantic Languages, 1929. Disponível em: https://odyssee.univ-amu.fr/items/show/452#?c=0&m=0&s=0&cv=0ERVEDOSA, Carlos. Roteiro da literatura angolana. Lisboa: Edições 70, 1979.. Cartas do Tarrafal. Luandino. José Luandino Vieira e a sua obra (Estudos. Testemunhos. Entrevista). Lisboa: Edições 70, 1980, p. 83-103.FOUCAULT, Michel. L’archéologie du savoir. Paris: Gallimard, 1969.. O que é um autor. Lisboa: Vega, 1992.NETO, Agostinho. Ainda o meu sonho. Discursos sobre a cultura nacional. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1980.RIBEIRO, Margarida Calafate e VECCHI, Roberto, Papéis críticos avulsos. Papéis da Prisão. Apontamentos, diário, correspondência (1962-1971). Alfragide: Caminho, 2015.RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2012.TOPA, Francisco (org.), Luuanda há 50 anos. Críticas, prémios, protestos e silenciamentos, Porto: Sombra pela Cintura, 2014. VIEIRA, José Luandino. Nota do editor. 50 poemas. M. António. Vila Nova de Cerveira: NÓSSOMOS, 2012.. Papéis da prisão. Apontamentos, diário, correspondência (1962-1971). Alfragide: Caminho, 2015.

Literaturhinweise

ADORNO, Theodor. Minima moralia. Reflexões a partir da vida danificada. São Paulo: Ática, 1992.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

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. Cartas do Tarrafal. Luandino. José Luandino Vieira e a sua obra (Estudos. Testemunhos. Entrevista). Lisboa: Edições 70, 1980, p. 83-103.

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. O que é um autor. Lisboa: Vega, 1992.

NETO, Agostinho. Ainda o meu sonho. Discursos sobre a cultura nacional. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1980.

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VIEIRA, José Luandino. Nota do editor. 50 poemas. M. António. Vila Nova de Cerveira: NÓSSOMOS, 2012.

. Papéis da prisão. Apontamentos, diário, correspondência (1962-1971). Alfragide: Caminho, 2015.

Veröffentlicht

2022-08-05