Um mar de brumas em <i>A Triste História de Barcolino</i>: exílios internos de morte simbólica
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2020.v12n22a39817Palabras clave:
insílio, literatura moçambicana, literatura-mundoResumen
Um mar de brumas paira sobre a “história de bela tristeza”, do personagem Barcolino; o mar, aqui representado pelo Índico, é visto como este espaço de mistérios guardados envolvendo desde o gigante Adamastor, até, principalmente, o estranhamento vivido pelo protagonista. Como um estrangeiro seja em terra ou mar, ele sofre o exílio interno ou o insílio, pois sobrevive nas bordas da marginalidade, incompreendido, solitário, isolado, perseguido pelo bairro e rejeitado na própria casa, tal qual um estrangeiro no lar, configurando-se, assim, uma identidade sem fronteiras, sem vínculo com um único lugar. Portanto, nessa obra da literatura moçambicana, opera-se a intersecção do aqui e acolá, do aquém e além, da monodia à plurivocalidade estético-literária da literatura-mundo, pretendendo encontrar sujeitos outros que compartilhem da mesma mensagem de resistência, ao narrar, sob a perspectiva da dor, a história de personagens afogadas em exílios internos de morte simbólica.
Citas
BRUGIONI, Elena. Histórias de bela tristeza. Prefácio. In: MANJATE, Lucílio. A triste história de Barcolino: o homem que não sabia morrer. São Paulo: Editora Kapulana, 2017, p. 09 -11.
CAN, Nazir. Alter-idade em casa. O exílio interno no romance moçambicano. Mulemba: Revista das Literaturas Portuguesa e Africanas de Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, v. 8, n. 14, 2016, p. 76-91. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php /mulemba/article/view/4324. Acesso em: 14 jun. 2019.
KRISTEVA, Julia. Estrangeiros para nós mesmos. Trad. Maria Carlota Carvalho Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
MANJATE, Lucílio. A triste história de Barcolino: o homem que não sabia morrer. São Paulo: Editora Kapulana, 2017.
______. Geração XXI: Notas sobre a nova geração de escritores moçambicanos. Maputo: Alcance Editores, 2018.
MATA, Inocência. Literatura-Mundo em português: Encruzilhadas em África. Anuário: Revista de Literatura Comparada, Salamanca, vol. 3, 2013, p. 103-11. Disponível em: https://www.academia.edu/8950325/Literatura-Mundo_em_Portugu%C3%AasEncruzi lhadas_em_%C3%81frica. Acesso em 10 dez.2019.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona Editores, 2014.
MENDONÇA, Fátima. Literatura moçambicana: as dobras da escrita. Maputo: Ndjira, 2011.
MIGNOLO, Walter. Histórias locais/Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
NOA, Francisco. A letra, a sombra e a água: ensaios e dispersões. Maputo: Texto Editores, 2008.
______. Perto do fragmento, a totalidade: olhares sobre a literatura e o mundo. São Paulo: Kapulana, 2015.
RIAMBAU, Vanessa Neves. Visibilidade condicionada: apontamentos sobre a formação do cânone nas literaturas africanas. In: RIAMBAU, Vanessa Neves; LEITE, Ana Mafalda. Cânone[s] e invisibilidades literárias em Angola e Moçambique.(Orgs). João Pessoa: Editora UFPB, 2019.
SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio. In: SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 46-60.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista concuerdan con los siguientes términos:
- Los autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons Attribution que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen permiso y son estimulados a publicar y distribuir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que eso puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Vea El Efecto del Acceso Libre).