ECHINODERMS AS CLUES TO ANTARCTIC ~ SOUTH AMERICAN CONNECTIVITY
Palavras-chave:
echinoderms, biogeography, connectivity, Antarctica, South AmericaResumo
EQUINODERMOS COMO INDICADORES DA CONECTIVIDADE ANTÁRTICA ~ AMÉRICA DO SUL. O isolamento e mudanças climáticas levaram a uma biota marinha antártica rica em táxons endêmicos. Entretanto existem evidências de ocorrência de várias espécies marinhas compartilhadas entre o Oceano Austral e outras bacias oceânicas. Este manuscrito revê os táxons de equinodermos conhecidos para a Antártica e América do Sul e avalia algumas evidências para a conectividade entre estes continentes. Metadados de vários estudos e dados da margem continental brasileira foram utilizados para as análises. Um total de 602 espécies de equinodermos foi registrado até o presente para as duas regiões, 101 das quais (~17%) são compartilhadas entre Antártica e América do Sul e, destas, aproximadamente 47% são tipicamente de oceano profundo. Uma elevada riqueza de espécies foi encontrada na Península Antártica, Ilhas Shetland do Sul e Geórgia do Sul, possivelmente resultante do maior esforço amostral nessas regiões. A distinta história geológica e atividades tectônicas desempenham um papel importante na regulação das associações faunísticas bentônicas dessas regiões. Foi encontrada uma considerável sobreposição entre a fauna de equinodermos do cone Sul Americano e, especialmente, as regiões no entorno da Península Antártica. Os equinodermos da margem profunda brasileira distinguiram-se daqueles encontrados na extremidade do continente, embora tenham ocorrido algumas espécies compartilhadas. Uma transição das associações de espécies foi encontrada na margem uruguaia. Além disso, a região magelânica apresentou mais afinidades com a margem Atlântica argentina e com as Ilhas Falkland/Malvinas do que com a margem chilena no Pacífico. As Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul apresentaram-se como regiões de transição entre as regiões Sul Americanas e Antárticas, possuindo espécies compartilhadas com os dois continentes. A taxa relativamente baixa entre o número de espécies compartilhadas e o número total de espécies registradas para as regiões na Antártica mostraram que a maioria das espécies é provavelmente endêmica do Oceano Austral. Mas, futuras explorações das margens profundas tanto da América do Sul quanto da Antártica e suas bacias oceânicas podem revelar um número maior de espécies compartilhadas que as registradas aqui. Todas estas comparações devem ser apoiadas por calibração taxonômica e uso de ferramentas moleculares para que se possa distinguir adequadamente espécies crípticas e avaliar a estrutura genética das populações, já que essas informações podem levar a uma melhor compreensão dos padrões biogeográficos observados.
Palavras-chave: Zoogeografia; echinodermata; biodiversidade; frente polar; Oceano Austral.