Uma travessia conceitual da pele à hapticalidade
DOI:
https://doi.org/10.58786/rbed.2024.v3.n5.64183Palavras-chave:
Toque; Pele; Hapticalidade; Eutonia; Arte; Saúde.Resumo
Este artigo apresenta parte de uma pesquisa de mestrado, que propõe uma travessia teórica dos conceitos de pele e toque até o conceito de hapticalidade. Com origem na percepção háptica, que, por sua vez, tem destaque em diferentes áreas da ciência, o conceito de hapticalidade vem sendo discutido no campo dos estudos culturais. Nos trabalhos dos autores Fred Moten e Stefano Harney, hapticalidade aparece como uma espécie de “sentir comum", a capacidade de sentir o outro, de sentir o outro sentindo. Para esta investigação-travessia interdisciplinar, foi adotado o método cartográfico, e propostos estudos, práticas corporais e interlocuções teóricas, com o intuito de aproximar-nos do conceito de hapticalidade. A Eutonia, pedagogia somática que propõe estudos da pele e do toque como base para os cuidados de si e do outro, serviu como chão fundamental da travessia. A análise da experiência pretende gerar reflexões acerca das relações entre toque, saúde e política.
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