Ceci est une version obsolète publiée le 2023-11-30. Consultez la version la plus récente.

La Danse Théâtrale en Angola:

46 Ans Sur un Terrain Instable Entre un Regard Flou Sur la Tradition et Un Discours Rétrograde Sur la Modernité

Auteurs

  • Ana Clara Rodrigues Guerra-Marques Companhia de Dança Contemporânea de Angola

DOI :

https://doi.org/10.58786/rbed.2022.v1.n1.52839

Mots-clés :

Dança, Angola, Ensino artístico

Résumé

Cet article propose une visite guidée à travers un terrain culturel instable, fortement marqué par un regard politique flousur la tradition lequel, à partir d'un certain moment, essaye dechangeren utilisantun discours qui reste rétrograde sur la modernité. Les contextes de la créationet du travail développé par l’École de Danse et par la Compagnie de Danse Contemporaine de l’Angola sont discutés.

Biographie de l'auteur

Ana Clara Rodrigues Guerra-Marques, Companhia de Dança Contemporânea de Angola

Inicía os seus estudos em dança na Academia de Bailado de Luanda em 1970. É mestre em Performance Artística – Dança, pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, e licenciada em Dança – Especialidade de Pedagogia, pela Escola Superior de Dança de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa.

 

Na qualidade de investigadora, tem participação activa como oradora em diversos encontros, palestras, conferências, workshops e tem publicado diversos artigos em revistas académicas internacionais e periódicos angolanos. É autora dos livros A Alquimia da Dança (1999), A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (2003), Para uma História da Dança em Angola – Entre a Escola e a Companhia: Um Percurso Pedagógico (2008), Catálogo do Museu do Dundo (Org.), Memória Viva da Cultura do Leste de Angola (2012) e Lugares In(corpo)rados (2021).

Em 1978 assume a direcção da única Escola de Dança existente no país, actividade que desenvolve a par da docência, realizando também as primeiras acções para a fundação de um ensino profissional das artes em Angola, designadamente a organização curricular dos cursos de profissionalização em dança.

Também no Ministério da Cultura, onde trabalhou durante 37 anos, integrou as comissões instaladoras do Instituto Superior de Artes e dos Institutos Médios de Artes e fez parte do grupo de trabalho interministerial, para a criação do Subsistema de Educação Artística em Angola. Entre 2007 e 2015 exerceu as funções de Consultora do Vice-Ministro e da Ministra da Cultura de Angola.

Da sua estratégia para a defesa e projecção da dança enquanto linguagem artística e arte performativa em Angola, fazem ainda parte a sua prática como bailarina e coreógrafa. Em 1991 funda a primeira companhia profissional angolana (e uma das primeiras em África), a Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC Angola), com a qual propõe novas formas e conceitos de espectáculo, inaugurando a utilização de espaços não convencionais, com performances que marcam o seu trabalho com alguns dos mais reconhecidos escritores e artistas plásticos angolanos. A implementação da Dança Inclusiva é outra das suas contribuições para uma diversificação do olhar sobre a dança em Angola.

Pioneira da dança contemporânea no seu país, divide a sua criação entre temas de intervenção e crítica social, como expressam as peças Mea Culpa (1992), Imagem & Movimento (1993), Palmas, Por Favor! (1994), Neste País... (1995), O Homem que Chorava Sumo de Tomates (2011), Ceci n’est pas une porte (2016), O monstro está em cena (2018) ou Isto é uma mulher? (2022) e a utilização do seu trabalho de investigação sobre as danças patrimoniais angolanas, com incidência na cultura cokwe. A proposta de outras estéticas e abordagens a um património herdado é reflectida em A Propósito de Lueji (1991), Uma Frase Qualquer... & Outras (Frases) (1997), Peças para uma Sombra Iniciada, Outros Rituais Mais ou Menos (2009) ou Solos para um Dó Maior (2014), enquanto extensão artística desse campo de pesquisa.

É membro do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA).

É co-fundadora da Sociedade Angolana dos Direitos de Autor, onde desempenhou as funções de Vice-Presidente do Conselho de Administração e é membro individual do Conselho Internacional de Dança da UNESCO.

Como reconhecimento da sua contribuição para o desenvolvimento das artes e da cultura em Angola, foram-lhe atribuídos o Prémio Nacional de Cultura e Artes (2006), o Prémio Identidade da União Nacional dos Artistas e Compositores (1995), os Diplomas de Honra (2006) e de Mérito (2016) do Ministério da Cultura de Angola e o Diploma de Honra – Pilar da Dança da UNAC (2011).

Références

ANÓNIMO, Estatutos da Academia de Bailado de Luanda. Luanda:1970

ANÓNIMO, Grupo Gulbenkian de Bailado (Programa). Lisboa: Neogravura Lda, 1971.

ANÓNIMO, Diário da República Nº 109 – I Série de 10.05.77. Luanda: Imprensa

Nacional,1977.

ANÓNIMO, Diário da República Nº 258 – I Série de 31.10.80. Luanda: Imprensa Nacional,1980.

ANÓNIMO, Diário da República Nº26 – I Série de 25.06.88. Luanda: Imprensa Nacional, 1988.

ANÓNIMO, Diário da República Nº 48 – I Série de 10.12.1993. Luanda: Imprensa Nacional, 1993.

ANÓNIMO, Diário da República Nº 23 – I Série de 09.06.00. Luanda: Imprensa Nacional, 2000.

ANÓNIMO, Simpósio sobre Cultura Nacional – Documentos, INALD. Luanda: Secretaria de Estado da Cultura, 1984

COMPANHIA de Dança Contemporânea. A Companhia de Dança Contemporânea Apresenta-se, INFAC. Luanda: LitoCor, Lda / Lito-Tipo, Lda, 1996.

GUERRA-MARQUES, A. C. e GUMBE, J. Proposta do Documento Regulador do

Ensino Artístico em Angola. Luanda: Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural, 1998.

GUERRA-MARQUES, A. C. e TAVARES R. A Companhia de Dança Contemporânea de Angola. Lisboa: Mukixe Produções Audiovisuais, 2003.

GUERRA-MARQUES, A.C. Dança em Angola. In Dicionário Temático da Lusofonia. Porto: Texto Editores, 2005, p. 207-208.

GUERRA-MARQUES, A.C. Para uma História da Dança em Angola: Entre a Escola e a Companhia – Um percurso Pedagógico. Lisboa: Edições Mukixe, 2008.

GUERRA-MARQUES, A.C. Entre a Arte e a Educação: Manifestações Culturais na Sociedade Tradicional cokwe. In A. C. Guerra-Marques (Org), Memória viva da Cultura do Leste de Angola. Luanda: Ministério da Cultura, 2012, p. 129-155.

GUERRA-MARQUES, A.C. Máscaras Cokwe: A Linguagem Coreográfica de Mwana Phwo e Cihongo. Lisboa: Guerra & Paz e Kilombelombe, 2017.

INSTITUTO Nacional de Formação Artística e Cultural. Ciclo de Conferências sobre Formação em Dança. Luanda: 1990.

KAJIBANGA, C. M. Coreografia Rural: Uma contribuição para o estudo sociocultural de Benguela. Benguela: KAT Editora, 2009.

SUNGO, J. C. Reflexões sobre a dança angolana dos Zindunga do grupo étnico

Bakongo em tempo de Covid-19. In Revista Eletrónica KULONGESA, 3(E-1), 53-57, 2021. Disponível em: https://revistas.ipls.ao/index.php/kulongesates/article/view/240

MATEUS, D. C. A luta pela independência – A formação das elites fundadoras da FRELIMO, MPLA e PAIGC. Lisboa: Editorial Inquérito, 1999.

Publiée

2022-07-15 — Mis à jour le 2023-11-30

Versions

Comment citer

GUERRA-MARQUES, Ana Clara Rodrigues. La Danse Théâtrale en Angola:: 46 Ans Sur un Terrain Instable Entre un Regard Flou Sur la Tradition et Un Discours Rétrograde Sur la Modernité. Revue Brésilienne des Études en Danse, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 230–245, 2023. DOI: 10.58786/rbed.2022.v1.n1.52839. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rbed/article/view/52839. Acesso em: 31 août. 2024.