Introdução: A qualidade do sono é uma das queixas mais frequentes entre estudantes universitários. Objetivos: Identificar a prevalência de má qualidade do sono e os fatores associados em acadêmicos da área da saúde de uma universidade do Centro-Oeste do Brasil. Métodos: Estudo transversal com uma amostra de 2171 universitários com média de idade de 22,7 (±3,9). O desfecho, sono de má qualidade, foi avaliado por meio da versão brasileira do questionário Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI-BR). As variáveis independentes (demográficas, socioeconômicas e comportamentais) foram avaliadas por meio de um questionário padronizado. As análises multivariadas foram realizadas por meio de Regressão de Poisson, estimando-se as Razões de Prevalências (RP) ajustadas e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: A média do escore do PSQI-BR foi 7,0. A prevalência de má qualidade do sono foi de 63,5% (IC95% 61,4-65,5), sendo 60,3% nos homens e 64,8% nas mulheres. Após análise ajustada, auto percepção de saúde razoável/ruim esteve associada com má qualidade do sono em ambos os sexos. Além disso, para os homens, a prevalência de má qualidade do sono foi maior para os estudantes que fumavam; e foi menor para aqueles que consumiam adequadamente frutas, legumes e verduras e eram suficientemente ativos. Já para as mulheres, a prevalência de má qualidade do sono foi maior naquelas com 24 ou mais anos de idade, sem companheiro, que consumiam bebidas alcoólicas e que cursavam medicina. Conclusão: Verificou-se elevada prevalência do desfecho na amostra. Além disso, a má qualidade do sono ocorre de forma diferente entre homens e mulheres. Ressalva-se a importância do monitoramento da má qualidade do sono em estudantes universitários.