Estudo sobre a prevalência de doença carotídea detectada por ultrassonografia nos casos de AVC isquêmico de um hospital público de Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.46979/rbn.v59i3.61729Palavras-chave:
NeurologiaResumo
Fundamento: Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos (AVCi) representam significativa parcela dentre as causas da morbimortalidade mundial. Estenose das artérias carótidas e vertebrais são consideradas fator de risco para tal desfecho. A Ultrassonografia com Doppler (USG Doppler) das artérias extracranianas pode ser útil na identificação de pacientes com estenose significativa por ser um método inócuo e acessível. Objetivos: avaliar a prevalência de estenose nas artérias extracranianas diagnosticadas através do estudo com USG Doppler e a prevalência de fatores associados em pacientes com quadro de AVCi. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo, transversal, a partir da análise de prontuários dos pacientes internados com quadro de AVCi no Hospital Regional de São José, Santa Catarina, Brasil. O estudo ocorreu entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. A análise ultrassonográfica foi realizada por médicos radiologistas habilitados, a partir do uso de aparelho validado (GE Logic P9 com transdutor linear multifrequencial 6-15MHz). Resultados: Dentre os 239 pacientes incluídos, destaca-se a significativa prevalência de comorbidades associadas ao AVCi, como hipertensão arterial sistêmica (78,2%) e tabagismo (40,6%). A distribuição entre os sexos foi homogênea (58,2 versus 41,8%) e 70,3% dos pacientes possuíam idade superior a 60 anos de idade. A taxa de pacientes com alterações hemodinamicamente significativas (estenose >50% da luz do vaso) das artérias carótidas e vertebrais foi de 29,2%. O tabagismo foi o único fator de risco que se correlacionou estatisticamente com a ocorrência de AVCi decorrente do acometimento das artérias carótidas ou vertebrais (RP 1,708; IC 1,057-2,761; p=0,028). Conclusão: O USG com Doppler das artérias extracranianas é ferramenta útil na investigação dos casos de AVCi, visto que a prevalência de doença significativa dos grandes vasos extracranianos (estenose>50%) se aproxima de 30%.Publicado
2023-10-28
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Artigos