Resumo
O foco deste artigo é a criança e a cidade. Buscou-se identificar como é a cidade para as crianças, a partir das suas vivências. A Sociologia da Infância e a Geografia da Infância fundamentaram a pesquisa qualitativa, delineada por um estudo de caso, que teve a participação de dez crianças de uma escola pública. As crianças elaboraram desenhos inspiradas na frase: “A minha cidade é...” e fizeram considerações sobre o que ilustraram. Os elementos comuns nos desenhos levaram a interpretações a respeito do imaginário coletivo sobre a paisagem da cidade. A cidade foi concebida principalmente como um local de passagem, sendo poucas as representações de interatividade e de ludicidade. Avalia-se que é preciso intervenções para que os espaços da cidade favoreçam os encontros e o brincar.Referências
ALDERSON, P. As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de participação sobre a metodologia. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 91, p. 419-442, maio/ago. 2005.
BORBA, A. M. As culturas da infância nos espaços-tempos do brincar: estratégias de participação e construção da ordem social em um grupo de crianças de 4-6 anos. Momentos: diálogos em educação. Rio Grande, v. 18, n. 1, p. 35-50, 2007.
BRASIL. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 5ª ed. Brasília: Revista dos Tribunais, 2007.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394 promulgada em 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso: 03 jan. 2019.
CARVALHO, A. F.; MULLER, F. Ética nas pesquisas com crianças. In: MULLER, F. (org.). Infância em Perspectiva: politicas, pesquisas e instituições. São Paulo: Cortez, 2010. p.65-84.
CORRÊA, R. L. D. C. A paisagem e as imagens. Espaço e Cultura, UERJ, n. 29, p. 7-21, jan. /jun. 2011.
CORSARO, W. Reprodução Interpretativa e Cultura de pares. In: MÜLLER, F.; CARVALHO, A. M. A. Teoria e prática na pesquisa com crianças. São Paulo: Cortez, 2009. p. 31-50.
CORSARO, W. Sociologia da Infância. 2. ed. Tradução de Lia Gabriele Regius Reis. Revisão Técnica de Maria Leticia B. P. Nascimento. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FARIAS, R.N.P.; MÜLLER, F.; A Cidade como Espaço da Infância. Educação & Realidade, v. 42, n. 1, p. 261-282, Porto Alegre, jan./mar. 2017.
HARVEY, D. O direito à cidade. Tradução: Jair Pinheiro. Lutas Sociais, São Paulo, n. 29, p. 73-89, jul.-dez. 2012.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico. 2010. Estatísticas por cidade. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidade-estado-estatisticas.html. Acesso em: 01 abr. 2018.
LANSKY, S. Segregação e encontro entre a escola e a casa. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, v. 1, n. 40, p. 8-11, jul./set. 2014.
LEITE, M. I. Espaços de narrativa – onde o eu e outro marcam encontro. In: CRUZ, S. H. V. (org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008. p. 118-140.
LOPES, J. J. M. As crianças suas infâncias e suas histórias: Mas por onde andam suas geografias? Educação em foco, UFMG, v. 13, n. 2, p. 31-44, set, 2008.
LOPES, J. J. M, Geografia da Infância: contribuições aos estudos das crianças e suas infâncias. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 22, n. 49/1, p. 283-294, maio/ago. 2013.
LOPES, J. J. M.; VASCONCELLOS, T. Geografia da infância: territorialidades infantis. Currículo sem fronteiras, v. 6, n. 1, p. 103-127, jan./jun. 2006.
LOPES, J. J. M.; FERNANDES, M. L. B. A criança e a cidade: contribuições da Geografia da infância. Revista Educação. Porto Alegre, v. 41, n. 2, p. 202-211, maio/ago. 2018.
LUZ, G. M.; KUHEN, A. O uso dos espaços urbanos pelas crianças: explorando o comportamento do brincar em praças públicas. Psicologia: Reflexão e Crítica, n. 26, v. 3, p. 552-560. 2012.
MAIA, D. S. A rua e a cidade. Revista Eletrônica de Jornalismo Cientifico, p.1-3, 2007. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=25&id=277. Acesso em: 03 jan. 2019.
MALHO, M. J. A criança e a cidade. Independência de mobilidade e representações sobre o espaço urbano. In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, V. 2004. Actas [...] 2004. p. 49-56. Disponível em: https://aps.pt/wp-content/uploads/2017/08/DPR4628ed529c42d_1.pdf Acesso em: 10 jan. 2018.
MÜLLER, F. Retratos da infância na cidade de Porto Alegre. 2007. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação, Programa de Pós-graduação em Educação, Porto Alegre, 2007.
MÜLLER, F. Infância e cidade: Porto Alegre através das lentes das crianças. Educação & realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 1, p. 295-318, jan./abr. 2012.
QVORTRUP, J. Nove teses sobre a “Infância como um fenômeno social”. Tradução de Maria Letícia B.P. Nascimento. Pro-posições, Campinas, v. 22, n. 1, p. 199-211, 2011.
QVORTRUP, J. A infância enquanto categoria estrutural. Tradução de Giuliana Rodrigues. Revisão técnica de Maria Letícia B.P. Nascimento. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631-643, maio/ago. 2010.
RHEINGANTZ, P. A. et al. Observando a qualidade do lugar: procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Pós-Graduação em Arquitetura, 2009.
SABBAG, G. M.; KUHNEN, A.; VIEIRA, M. L. A mobilidade independente das crianças em centros urbanos. Interações, Campo Grande, v. 16, n. 2, p. 433-440, jul./dez. 2015.
SARMENTO, M. J. As culturas da infância nas encruzilhadas da segunda modernidade. In: SARMENTO, M. J.; CERISARA, A.B. (org.). Crianças e Miúdos: perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. Porto: Asa, 2004.
SARMENTO, M. J. Visibilidade social e estudo da infância. In: VASCONCELLOS, V. M. R.; SARMENTO, M. J. Infância (in)visível. Araraquara: Junqueira & Marin, 2007. p. 25-49.
SARMENTO, M. J. A reinvenção do oficio de criança e de aluno. Atos de pesquisa em Educação, v. 6, n. 3, p. 581-602, set./dez. 2011.
SARMENTO, M. J. Infância e cidade: restrições e possibilidades. Revista Educação. Porto Alegre, v. 41, n. 2, p. 232-240, maio/ago. 2018.
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. 1988. Disponível em: https://farofafilosofica.com/2018/01/21/milton-santos-12-livros-em-pdf-para-download/ Acesso em: 03 jan. 2019.
SOBARZO, O. A produção do espaço público: da dominação à apropriação. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, n. 19, p. 93-111, 2006.
SOUZA, S. J.; CASTRO, L. R. Pesquisando com crianças: subjetividade infantil, dialogismo e gênero discursivo. In: CRUZ, S. H. V. (org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008. p. 52-78.
VIGOTSKI, L. S. Quarta aula: a questão do meio na Pedologia. Psicologia USP, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 681-701, 2010.
TONUCCI, F. As crianças e a cidade. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, v. 1, n. 40, p. 4-7, jul./set. 2014.
TUAN, Y. F. Medo na cidade. In: ______. Paisagens do medo. São Paulo: Editora UNESP, 2005. p. 231- 278.
TUAN, Y. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Tradução de Lívia de Oliveira. Londrina: EDUEL, 2012.
TUAN, Y. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. Londrina: EDUEL, 2013.
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).