Résumé
Cet essai présente les processus de déterritorialisation dans la formation d'une enseignante de mathématiques, à partir de dialogues avec Daniel Munduruku et Edson Kayapó, enseignants et intellectuels autochtones brésiliens. Dans un mouvement de composition, il propose l'affirmation d'une formation enseignante engagée dans une enfance-univers, qui ne se projette pas dans des futurs fictionnels, mais qui opère à partir de la matérialité du présent. De plus, il discute de la production d'un corps-enfant créé avec la terre comme une possibilité de penser une éducation avec les pieds, c'est-à-dire en marchant respectueusement sur la terre. Ainsi, en considérant la terre comme un espace où la vie prolifère, des ouvertures sont établies pour la production de résistances aux impositions hygiéniques du monde moderne dans et pour l'éducation scolaire.
Références
Chisté, B. S. (2015). Infância, imagens e vertigens. São Paulo: Cultura Acadêmica.
Corazza, S. M. (2009). O docente da diferença. Periferia, 1(1), 91–110. https://doi.org/10.12957/periferia.2009.3422
Kayapó, E. (2019a). Projetos e presepadas de um curumim na Amazônia. Curitiba: Positivo.
Kayapó, E. (2019b). Mekukradjá [Podcast]. São Paulo: Itaú Cultural. Recuperado em 10 de janeiro de 2025 de: https://open.spotify.com/episode/0l9OH0jyS66QYCVGn-R8E8v?si=Bh0XJYLORC-K7M7kDT9HGg&nd=1
Kayapó, E. (2021). O silêncio que faz ecoar as vozes indígenas. In S. S. Cesco, A. M. Magalhães, L. B. Aguiar, & A. G. C. Alves Jr. (Orgs.), Ensino de história: Reflexão e práticas decoloniais (pp. 39-54). Porto Alegre: Letra 1.
Kayapó, E. (2023, 5 de janeiro). Cosmologias dissidentes em diálogo com Edson Kayapó. Cosmologias Dissidentes. [Vídeo]. Recuperado em 10 de janeiro de: https://www.youtube.com/watch?v=axwJGc9ISls&t=798s
Kohan, W. O. (2005). A infância da educação: O conceito devir-criança. Revista Educação Pública, 2(1), 1-5.
Krenak, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
Krenak, A. (2022). Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras.
Leite, C. D. P. (2007). Labirinto: Infância, linguagem e escola. Taubaté: Cabral Universitária.
Leite, C. D. P. (2011). Infância, experiência e tempo. São Paulo: Cultura Acadêmica.
Lins, R. (2012). Matemática, monstros, significados e educação matemática. In M. A. V. Bicudo, & M. C. Borba (Eds.), Educação matemática: Pesquisa em movimento (4a ed., pp. 92-120). São Paulo: Cortez.
Munduruku, D. (2020, 28 de abril). Bem viver indígena: Educação [Vídeo]. Recuperado em 10 de janeiro de 2025 de: https://www.youtube.com/watch?v=H7J2M2rzQE4
Munduruku, D. (2000). O banquete dos deuses. São Paulo: Angra.
Munduruku, D. (2009). Educação indígena: Do corpo, da mente e do espírito. Múltiplas Leituras, 2(1), 21-29.
Munduruku, D. (2023, 29 de maio). Cortes dissidentes: Daniel Munduruku sobre o tempo linear e tempo circular. Cosmologias Dissidentes [Vídeo]. Recuperado em 10 de janeiro de 2025 de: https://www.youtube.com/watch?v=Olupk_XxJpo&list=PL76RcbVzGq0Cc_5V5r9d3Ax2tcjeBIXdn&index=2
Pessanha, J. A. (1997). Filosofia e modernidade: Racionalidade, imaginação e ética. Educação & Realidade, 22(1), 13-32.
Sztutman, R. (Org.) (2007). Encontros: Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Beco do Azougue.
Viveiros de Castro, E. (2017). Os involuntários da pátria. Aracê: Direitos Humanos em Revista, 4(5), 187-193.

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
© Revista Contemporânea de Educação 2025

