Résumé
O processo de criação e organização das escolas é marcado por uma arquitetura escolar padronizada, em que a corporeidade tende a ficar restrita a sala de aula, por muitas vezes limita as experiências geográficas corporais de interação com o mundo. O presente trabalho tem como objetivo compreender os caminhos da arquitetura escolar e as possibilidades de uma educação geográfica em que o corpo possa ser mediador da aprendizagem. Discutiremos o processo de criação e organização das escolas no espaço-tempo e suas reverberações nas escolas contemporâneas. Propomos uma escola dos sonhos, uma educação que não se limita as paredes das salas de aulas, mas que tenha o corpo inteiro em experiência com o mundo. A Geografia Humanista de base fenomenológica servirá como caminho para compreender um outro modo de ser geográfico predominantemente corporal. Com essa pesquisa esperamos contribuir para repensar o espaço escolar para além das salas de aula, ampliando a compreensão sobre a importância da criação de espaços de convivência, em que a corporeidade seja a base de aprendizagem.
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