Estruturas de posse inalienável adjetivada: apontamentos iniciais sobre a sua aquisição em português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n1a31610Palavras-chave:
posse inalienável, adjetivos, aquisição da linguagem, teoria gerativa, português brasileiro.Resumo
A presente pesquisa tem como objetivo aprofundar a análise sintático-semântica de estruturas possessivas inalienáveis apresentada em Mendes (2017, 2015), observando dados de aquisição do português brasileiro comparados a dados da gramática-alvo. Para tanto, examina-se o seu comportamento quando ocorrem em construções predicativas e atributivas (BARON; HERSLUND, 2001) modificadas por um adjetivo, já que parece haver, conforme aponta o trabalho de Kayne (1975) para o francês, restrições para a veiculação da leitura inalienável de acordo com a presença e/ou tipo de adjetivo que modifica o nome possuído nessas construções com possuidor externo. Assume-se nesta pesquisa, estendendo o que Guéron (1985) e Vergnaud e Zubizarreta (1992) afirmam também para o francês, que as restrições propostas por Kayne (1975) para essas construções relacionam-se com a estrutura temática em português brasileiro. No que concerne ao processo de aquisição da linguagem, enquanto as restrições não são adquiridas, hipotetiza-se que a interpretação inalienável seja superestendida, tornando-se restrita às condições licenciadas pela gramática adulta à medida em que a criança avança em idade. Para verificar as hipóteses adotadas nesta pesquisa, foi desenvolvido, portanto, um estudo de caráter experimental com três grupos, sendo dois de informantes infantis (crianças mais jovens e mais velhas) e um de informantes adultos (controle). Os resultados, que, por um lado, confirmam a hipótese aventada para o percurso da aquisição dessas estruturas, e, por outro, não se apresentam como conclusivos em relação à gramática adulta do português brasileiro, indicam que, embora não categórico, o presente estudo traz importantes apontamentos acerca da questão.
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