Avaliando a vitalidade linguística em contextos de multilinguismo: etnografias versus modelos computacionais

Autores

  • Evani Viotti Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n1a31651

Palavras-chave:

etnografias, modelos computacionais, vitalidade linguística, Alto Rio Negro

Resumo

O objetivo deste trabalho é o de discutir o alcance de estudos sobre a vitalidade linguística em regiões multilíngues, feitos no âmbito da teoria da complexidade por meio de modelagens computacionais. Um desses estudos será descrito e comparado com relatos etnográficos que expõem a dinâmica das relações socioeconômicas e políticas que caracterizam algumas ecologias multilíngues, como a do Alto Rio Negro na Amazônia brasileira. Considerando que assumir a língua como um sistema complexo, aberto, dinâmico e auto-organizado é uma avenida promissora para as investigações linguísticas, este trabalho sugere que etnografias e descrições sociolinguísticas parecem capturar mais adequadamente a dinamicidade e complexidade da língua como um fenômeno social do que alguns modelos computacionais que precisam simplificar sobremaneira a caracterização do sistema, e que se baseiam antes em escolhas feitas pelos pesquisadores do que em fatores que, de fato, são definidores do sistema.

Biografia do Autor

Evani Viotti, Universidade de São Paulo (USP)

Tem graduação em Direito pela Universidade de São Paulo (1978), graduação em Linguística pela Universidade de São Paulo (1986), e doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo (1999), feito com bolsa do CNPq. Fez estágios de pós-doutoramento em Linguística na Universidade Estadual de Campinas (2000-2001) e na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, ambos com bolsa da FAPESP. Atualmente é professora doutora da Universidade de São Paulo. Em 2015, foi professora convidada do Centro de Estudos Latino-Americanos e do Departamento de Linguística da Universidade de Chicago, para uma residência Tinker durante a primavera. Tem experiência na área de Teoria e Análise Linguística. Seu interesse principal no momento se insere na área de Epistemologia Linguística e tem por foco a investigação de fenômenos que emergem do processo semiótico em interações face-a-face. Em especial, destacam-se as relações entre língua e gesto nas línguas de sinais e nas línguas orais, e as relações sócio-históricas que constituem a ecologia de contacto em que se forma o português brasileiro.

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Publicado

2020-04-30