O papel da morfologia construcional na formação de antropônimos neológicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n1a31661

Palavras-chave:

Onomástica. Morfologia Construcional. Linguística Cognitiva.

Resumo

Nesta pesquisa, intenta-se observar o papel da Morfologia Construcional na formação de antropônimos neológicos, segundo o aporte teórico da Linguística Cognitiva (BOOIJ, 2005; 2007; 2010; GOLDBERG, 1995; 2006). Os antropônimos em questão provêm do corpus analisado por Rodrigues (2019), a saber, as fichas de registros dos indivíduos que, ao fim do século XIX até início do século XXI, desejaram se vincular à Ordem Terceira do Carmo, localizada no Centro Histórico de Salvador/BA. O critério de seleção dos antropônimos é que estes apresentem, em suas construções, formativos vinculados parcial ou integralmente a uma origem germânica, em razão do fator histórico da ocupação da Península Ibérica pelos considerados “povos germânicos”, que influenciou o léxico antroponímico do Brasil não só pela presença desses formativos, mas também pela herança do modelo bitemático, a partir do qual a união de duas bases resulta em um novo item lexical. A consideração do critério neológico advém de os antropônimos não constarem em alguns dos principais dicionários onomásticos em língua portuguesa: Nascentes (1952), Guérios (1981) e Machado (2003). Dentre os resultados encontrados, é possível confirmar a presença do modelo bitemático nos antropônimos neológicos. Outro fato confirmado é o de que os indivíduos, quando expostos a um conjunto de antropônimos que se utilizam de dado formativo ou a um antropônimo muito produtivo, são capazes, por analogia, de depreender o modelo e reproduzi-lo ao criar novos antropônimos, como é possível demonstrar a partir de esquemas construcionais específicos, segundo os pressupostos da Linguística Cognitiva.

Biografia do Autor

Letícia Santos Rodrigues, Universidade de São Paulo

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo. Mestra em Letras pelo mesmo Programa. Ex-bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Membro do projeto Novo Dicionário de Nomes em Uso no Brasil (NDNUB/UnB). Graduada em Letras Vernáculas (bacharelado) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dedica-se a estudos voltados para a Onomástica, a Etimologia, o Léxico, a Morfologia, a Linguística Histórica e a Linguística Cognitiva.

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Publicado

2020-04-30